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são responsáveis por doações de sangue, transfusões e atendem pessoas que necessitam<br />
de sangue como os Hemofílicos, aquelas pessoas com Anemia Falciforme, Talissemia e<br />
pessoas que sofrem acidentes, bem como aqueles que apresentam patologias relacionadas<br />
ao sangue. Atualmente os critérios para doação de sangue são rígidos. Existem alguns<br />
requisitos obrigatórios que seguem normas nacionais e internacionais estabelecidas por<br />
diferentes órgãos – Ministério da Saúde, Associação Americana e Conselho Europeu de<br />
Bancos de Sangue. O rigor no cumprimento dessas normas visa oferecer segurança e<br />
proteção aos receptores e aos doadores.<br />
Embora exista uma expansão dos Hemocentros no Brasil, muitas pessoas ainda precisam se<br />
deslocar de suas cidades de origem para realizarem esses procedimentos de transfusão e<br />
tratamento, pois, geralmente, os Hemocentros estão localizadas nas grandes cidades. Desta<br />
maneira, crianças que moram em cidades pequenas e que a Hemofilia é detectada desde<br />
bebés, em muitos casos, precisam se deslocar de suas cidades para realizarem o tratamento<br />
de saúde. Sendo assim, além de necessitarem enfrentar tratamentos dolorosos precisam<br />
também de aprender a conviver com as viagens e longas esperas de horas nos ambulatórios<br />
dos Hemocentros nos quais receberam atendimento. Essas situações geram stress e<br />
cansaço, tanto para as crianças, como para seus familiares e/ou acompanhantes. É preciso<br />
lembrar também que esse distúrbio é hereditário. Portanto, muitos familiares apresentaram a<br />
Hemofilia nas suas infâncias. Eles também vivenciaram esses dramas e acabam revivendo<br />
essas situações com seus filhos pois também continuam em tratamento. A Hemofilia não tem<br />
cura e é para toda vida. Muitas dessas crianças que viajam e seus pais podem ser<br />
considerados como pessoas “itinerantes” pois precisam sempre de estar em deslocamento<br />
para se tratar. 4 Esses são, portanto, alguns elementos que caracterizam o tratamento das<br />
crianças Hemofílicas e seus familiares. Em relação às características da Hemofilia e às<br />
implicações para a vida das crianças, de acordo com Nunes Et. al. (2009) as características<br />
da Hemofilia são:<br />
Hemofilia é uma coagulopatia hereditária recessiva ligada ao sexo, ocorrendo devida à falta<br />
ou produção defeituosa de moléculas dos fatores VIII ou IX da coagulação. A deficiência de<br />
fator VIII (Hemofilia A) é a mais frequente, ficando com 85% dos casos; já a deficiência do<br />
fator IX (Hemofilia B) corresponde a 15%.1,2 A incidência na população mundial é de<br />
1/10.000 (pelo fator VIII) e de 1/30.000 (pelo fator IX) nascimentos do sexo masculino. É<br />
caracterizada pela ocorrência de hemorragias que aparecem espontaneamente ou em<br />
consequência de traumatismos leves e são comuns nas articulações. As hemorragias<br />
geralmente ocorrem nas grandes articulações, podendo causar muita dor, danos<br />
permanentes e incapacitantes se não forem tratados adequadamente. (Nunes, 2009,p.1)<br />
Como é possível observar, a Hemofilia é um distúrbio genético hereditário cuja transmissão se faz<br />
pelo cromossoma X. O termo Hemofilia é utilizado para indicar a deficiência do fator VIII (Hemofilia<br />
A) ou do fator IX (Hemofilia B). Para Borges (1996) a Hemofilia pode ser classificada em três formas<br />
distintas: grave, moderada e leve, de acordo com os níveis dos fatores VIII e IX. Os primeiros sinais<br />
da doença surgem quando é criança ainda é bebé, pois quando ela começa a se mexer no berço<br />
surgem os primeiros acidentes hemorrágicos e hematomas. Na primeira infância, pela necessidade<br />
de explorar o ambiente, muitos acidentes acontecem. Quando a criança também troca a dentição,<br />
esse é um momento crítico de possíveis hemorragias. Para toda a vida, as pessoas Hemofílicas<br />
precisam de ter cuidados com as atividades que desenvolvem, principalmente aquelas acometidas<br />
com os casos graves. Para Borges (1996)<br />
Nos Hemofílicos, a sintomatologia mais frequente é a hermatrose. Este sintoma é bastante<br />
doloroso, limitando as atividades físicas desde a infância. Os hematomas subcutâneos e<br />
musculares também provocam dores intensas, pois podem adquirir volumes enormes,<br />
comprimir feixes vásculo-nervosos e outros tecidos. As articulações mais acometidas em<br />
ordem de frequência são os joelhos, os cotovelos, os tornozelos, os quadris e os ombros.<br />
Podem ocorrer ainda deformidades, atrofias musculares e contratura de tecidos moles.<br />
Clinicamente, a articulação está frequentemente edemaciada, ocasionalmente instável e os<br />
movimentos são muito limitados. Os hematomas superficiais atingem apenas a pele e o tecido<br />
subcutâneo e geralmente não trazem problemas e nem precisam de tratamento de reposicão<br />
4<br />
É preciso considerar que atualmente no Brasil, quando são necessários essas viagens dos pacientes, as<br />
prefeituras são obrigadas a fornecerem ambulâncias para levarem as pessoas a realizarem os tratamentos<br />
gratuitos e refeições.<br />
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