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CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

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Você está vendo o lado positivo do iberismo?<br />

Não. Acho que esta é uma possibilidade para nós. Porque a outra qual é? É a falta. É aquilo<br />

que jamais seremos, porque não tivemos esta formação rígida do self anglo-saxão. Acho<br />

também que se tem toda uma bibliografia empenhada em estudar apenas o lado negativo:<br />

clientela, coronelismo. Agora, as redes de lealdade que aí são articuladas, são inteiramente<br />

perdidas de vista.<br />

Você está recusando uma análise que seja só institucional. Você está pensando que a<br />

sociabilidade é importante na explicação e no desenvolvimento ...<br />

Eu não sei o que faz a Ciência Política brasileira, porque ela não tem assentamento algum.<br />

A Ciência Política aqui feita podia ser feita nos Estados Unidos, na Nova Zelândia, na<br />

Austrália, especialmente nos países anglo-saxões. Porque ela não tem assentamento aqui.<br />

Não tem sociabilidade alguma. Temos patinado mal na cena desta discussão.<br />

Você se diferencia das analises sociológicas que discutiam os movimentos sociais,<br />

sindicatos etc., porque elas, em geral, se assentavam sobre questão da formação da classe<br />

operária. E você trabalha com a formação da classe operária, mas, introduz na questão<br />

das relações de classe a questão do autoritarismo.<br />

Neste sentido, eu nunca fui um sociólogo estrito senso, não é? Fiz sociologia política. Se<br />

fosse procurar um nicho, eu me sinto mais confortável na Sociologia Política, não na<br />

Ciência Política, e não na Sociologia estrito senso. Eu queria entender como é que uma elite<br />

conservadora tinha sido capaz de modernizar o Brasil?.<br />

Retomando esta idéia, você vê no Estado Novo, não só o lado autoritário, mas, está vendo<br />

que o autoritarismo tem algo a ser valorizado que é o ideal da solidariedade que seria a<br />

raiz do civismo?<br />

Isto. Mesmo que seja induzida por tema. Aí é coisa do Oliveira Vianna(?). Aí há um<br />

elemento ético-pedagógico. Há um Durkheim que é inevitável, corporações, os grupos<br />

intermediários, o Estado trazendo uma matriz ético-pedagógica.<br />

Então, jamais você concordaria com a tese do autoritarismo instrumental? Ele não é<br />

instrumental, ele pode ser estrutural no sentido de que não teria outra saída?<br />

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