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CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

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ENTREVISTA <strong>SOCIÓLOGOS</strong><br />

ELISA REIS<br />

Vamos começar falando sobre sua trajetória profissional e a escolha do curso de<br />

Ciências Sociais.<br />

Acho que sou de uma geração sem muita variança na escolha. Minha trajetória é muito<br />

pouco original. Saí de uma cidadezinha do interior de Minas, Ibiá, para estudar<br />

Engenharia, em Uberaba. Comecei a fazer o Científico, mas no primeiro ano converti-me à<br />

“causa revolucionária”. Em Uberaba comecei a fazer política estudantil e decidi que ia<br />

mudar de Engenharia para Sociologia e Política. Fui para Belo Horizonte com este<br />

propósito. Fiz o terceiro clássico no Colégio Estadual de Belo Horizonte, já me preparando<br />

para o Vestibular de Sociologia e Política.<br />

Você teve conhecimento do curso de Sociologia ainda em Uberaba?<br />

Ainda em Uberaba, dentro da política estudantil secundarista. O curso de Sociologia e<br />

Política tinha aquela aura como um curso engajado. Isto foi em 1961 e 1962, quando<br />

estudei em Uberaba. Em 1963, fui terminar o curso secundário já em em Belo Horizonte, e<br />

em 1964 entrei na UFMG à época Universidade de Minas Gerais. Interessante porque eu<br />

fazia política, mas dentro de Diretório Acadêmico, em sentido muito acadêmico mesmo, eu<br />

era pouco politizada. Meu entendimento era que a ação política era sobretudo intelectual.<br />

Era um debate intelectual. Quando fui para a Universidade em Belo Horizonte já tinha<br />

acontecido o golpe militar de 1964. Eu era de Diretório Acadêmico, mais pelo lado<br />

acadêmico mesmo, pois não tinha uma ação política tão clara. Disputei com o Olavo Brasil<br />

a presidência do Diretório. Empatamos duas ou três vezes, mas ele acabou levando porque<br />

era mais velho. Então, abandonei completamente o projeto de ação e fui estudar em tempo<br />

integral. Talvez, porque o golpe tivesse impossibilitado uma participação política aberta..<br />

Como vim do interior e não tinha laço algum em Belo Horizonte, eu praticamente morava<br />

na faculdade. Entrava às sete horas da manhã e saía quase meia noite, quando fechava a<br />

Biblioteca. Fiquei os quatro anos na Faculdade de Ciências Econômicas, interagindo<br />

bastante com os alunos da Economia e da Administração. Nosso curso de Sociologia e<br />

Política tinha Matemática no Vestibular, que geralmente era algo que os alunos que<br />

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