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CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

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editado pela Loyola, que é sobre ocupações universitárias, e que faz parte destas<br />

preocupações da época. Havia uma preocupação grande que era com o mercado de<br />

trabalho. Existia ainda aquela idéia – no livro vou mostrar que esta idéia era mitológica –<br />

de que todo mundo tinha direito ao trabalho na área que escolhesse: todos os estudantes de<br />

Medicina sairiam com emprego de médico; os de Engenharia, de engenheiros. Neste<br />

período começa a haver uma crítica desta suposição. Então, havia engenheiros que<br />

montavam lanchonete. Tinha uma lanchonete famosa, na Paulista, que se chamava o<br />

“Engenheiro que virou suco”. Era um momento em que nós nos dávamos conta de que o<br />

curso universitário não levava mais nem a uma ocupação, necessariamente, e nem a uma<br />

ocupação na área em que se formava. E havia uma pressão muito forte dos alunos no<br />

sentido de re-adequar os currículos dos cursos para facilitar este ingresso no mercado de<br />

trabalho. Também é um período em que se dá uma grande profissionalização nas Ciências<br />

Sociais, pelo surgimento, primeiro, das grandes firmas de planejamento, os institutos de<br />

pesquisa em Planejamento, dos quais temos, por exemplo, a Hydroservice que tem uma<br />

relação importante com o CEBRAP. Era, pois, uma fase nova para os sociólogos, seu<br />

momento de profissionalização. O que fazia um sociólogo? Eles eram professores<br />

universitários, ou jornalistas, ou exerciam cargos em repartições públicas, jornais. Antes<br />

não existia a idéia de oferecer seu conhecimento para coisas práticas, técnicas, aplicadas.<br />

Isto surgiu durante a ditadura.<br />

As políticas públicas dependem desta transição das Ciências Sociais.<br />

Porque depois do plano diretor vêm as políticas públicas, as ONGS e os Institutos de<br />

<strong>Pesquisa</strong> de Opinião. Esta é uma outra etapa da profissionalização. Neste período<br />

começamos a fazer assessoria. A USP era avessa à assessoria porque o regime de trabalho<br />

em tempo integral proibia o professor da USP de ter essa atividade. Mas, neste momento,<br />

trabalhar em planejamento foi muito importante para uma mudança da profissão. Só para<br />

lembrar, estamos falando dos perfís dos alunos. É neste período que estamos estudando o<br />

aluno de onde vem, para onde vai, o que ele quer, porque queremos mudar os cursos de<br />

Ciências Sociais. Até há uma grande discussão se os cursos deviam separar uma carreira<br />

mais acadêmica para aqueles que quisessem ir a mestrado, doutorado e pós-doutorado, e<br />

aqueles que iriam para o mercado de trabalho. Estes deveriam ter uma formação mais<br />

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