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CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

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eguladora que não penalize demais os países ou regiões determinadas, em função dos<br />

movimentos do capital.<br />

Não basta seguir a cartilha ou fazer a lição de casa como gostam de dizer.<br />

Acho que sim. Crescentemente os países periféricos, dependentes, submissos, se dão conta<br />

de que não basta ser bonzinho, fazer a política certa, ser produtivo, fazer a lição de casa,<br />

acumular superavits etc.porque eles são fichados. Os americanos têm a retórica liberal, mas<br />

pratica protecionista, onde lhes interessa. A retórica liberal, ou a globalização neoliberal<br />

tornou-se cada vez mais falsa, cada vez menos palatável e legítima. Daí, os chamados<br />

movimentos de contestação antiglobalização começaram a ganhar espaço, porque antes<br />

eram grupos militares que se formavam. Agora esta coisa está muito expandida, o que não<br />

significa que eu esteja contra a globalização, mas, certamente sou antiglobalização<br />

neoliberal, desregulada. O outro lado da coisa é que existem alguns países que sofreram<br />

brutais processos de exploração, de desorganização econômico-social, e que não têm<br />

condição de se recuperarem a não ser com ajuda externa mesmo. Veja Angola, todos os<br />

países da África Negra, também o Haiti, é uma coisa terrível. Como hoje, os níveis de<br />

produtividade crescem brutalmente, os espaços não são mais nacionais, países quem têm<br />

pouca população, que não têm renda, são irrelevantes. É uma tragédia, porque antes se tinha<br />

pobreza, mas não absoluta miséria. . Então, não basta regular o processo de globalização.<br />

Hoje, ser de esquerda é continuar lutando por políticas que levem à igualdade de<br />

oportunidades, à equanimidade com liberdade, obviamente. Mas, isto significa que o<br />

capital, enquanto tal, mesmo regulado para não produzir caos em função das oscilações de<br />

mercado, não vai absorver isto. A não ser que se tenha uma ação concreta de equalização de<br />

condições, como os europeus, o estilo que eles fizeram na Europa, em que se tem, durante<br />

um certo período, uma espécie de canalização da renda em regiões mais pobres para<br />

absorver, por exemplo, Alemanha Oriental, Portugal, Espanha. Ou seja, houve estes<br />

mecanismos de equalização que tornaram o espaço econômico mais homogêneo. É claro<br />

que isto é essencial para se colocar na agenda dos grupos chamados de antiglobalização.<br />

A hegemonia norte-americana é inquestionável, não?<br />

Eu acho que eles têm um predomínio político-militar. Vamos dizer, que se tenha uma<br />

hegemonia liberal, talvez, nos países ocidentais, mas eles, não têm hegemonia no sentido de<br />

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