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CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

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300/500, se não me engano, instalado na Prefeitura de Santo André, para fazer, pela<br />

primeira vez no país, os lançamentos de taxas e impostos municipais. Este computador era<br />

um monstrengo. Não trabalhava com discos magnéticos, eram cartões perfurados e fitas<br />

gravadas sem qualquer segurança. A linguagem do computador era uma linguagem de<br />

máquina. Não havia interpretação. Eram luzinhas piscando. Eu já era aluno do Celso<br />

Pascoto e me dava muito bem, porque eu já tinha tido uma sólida formação em Matemática<br />

no curso Científico. E eu tinha um outro professor de Estatística, que também era professor<br />

no Sedes Sapientiae, que era o Gramont. Eu, com aluno, era o monitor dele. Para mim isto<br />

foi importante porque, como minha família tinha poucos recursos, na época, eu passei a dar<br />

aula particular de Estatística para sobreviver. Existia na USP um professor terrível,<br />

chamado Severo, excelente professor, mas, que reprovava aos montes. E eu passei a dar<br />

aula para os alunos do Severo. E como eu tinha pendor para Matemática e Estatística, eu<br />

acabei passando no concurso de seleção para os primeiros alunos de curso de Ciências<br />

Sociais que foram estagiar no centro de computação eletrônica da Prefeitura. Tanto que eu<br />

tenho até hoje um diploma dos pioneiros da informática no Brasil. Fiquei no centro uns dois<br />

ou três como estagiário. Neste mesmo período, eu trabalhava no projeto desta pesquisa da<br />

Faculdade de Higiene, cujo médico era o professor Eduardo, catedrático de Pediatria na<br />

Faculdade, e com o Yunes, que era seu assistente, com quem tive uma proximidade maior.<br />

E também com o pessoal da antiga Escola de Educação Física da USP e ainda com a Estela<br />

Levi, que era minha supervisora. Eu era supervisor de campo, nesta pesquisa, e ela<br />

supervisora geral. Esta pesquisa levou dois anos. Minha família tinha se mudado do interior<br />

para São Paulo, e tínhamos ido morar em uma casa que foi desapropriada para construir a<br />

23 de Maio. Nos mudamos para a Vila Mariana e a casa foi desapropriada para se construir<br />

o Metrô. Nos mudamos para a Zona Leste e a casa foi desapropriada para se construir a<br />

Radial Leste. Aí, meu pai disse: não tem mais jeito, vamos voltar para o interior! Neste<br />

período eu morava na zona leste e estudava em Santo André. Então, para minha sorte, como<br />

eu era supervisor de campo, tinha direito a um carro, que era fornecido pela Nestlé, que<br />

patrocinava a pesquisa, que ia me buscar em casa, depois me levava até a Faculdade e<br />

passava o dia inteiro trabalhando e depois, me levava em casa a noite. Isto facilitou muito.<br />

Esta pesquisa foi decisiva, porque facilitou minha sobrevivência e me colocou em contato<br />

com gente com a qual, depois, fui fazer minha carreira. Nesta época, o Martins ia fazer o<br />

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