18.04.2013 Views

CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

inglês. E houve uma grande disputa doméstica. Fiquei disputando com o Eustáquio para<br />

onde ir, e ele acabou vencendo. Fomos para o MIT, e lá acabei sendo bem socializada.<br />

Acho que foi uma experiência fantástica, e aprendi muito lá.<br />

E quem te orientou lá?<br />

Foi Susane Berger, à época uma europeísta. Foi uma escolha meio deliberada de minha<br />

parte. Eu não queria trabalhar com especialistas em América Latina ou Brasil, porque eu<br />

achava que aí não teria muita novidade. Queria ser checada por alguém que não<br />

conhecesse o contexto que eu estudava, que não tomasse coisa alguma como “dada” e que<br />

me desse incentivo para trabalhar no nível teórico.<br />

Onde aprendeu o inglês?<br />

O inglês eu fui aprender lá, na vida. No primeiro semestre eu tinha um orientador que<br />

falava espanhol. Ele me permitiu escrever meus trabalhos em espanhol. E aí fui<br />

aprendendo.<br />

A sua tese não foi publicada? Eu me lembro do Simon, nas Bases do autoritarismo<br />

Brasileiro, fazer uma referência importante ao trabalho. Seria interessante você nos<br />

dizer qual é o núcleo central da sua tese.<br />

Não, a tese não foi publicada. Ela se chama Raízes Agrárias da Modernização Autoritária<br />

no Brasil. Em linhas gerais, era uma tentativa de aplicar o modelo do Barrinngton Moore<br />

ao processo histórico brasileiro. E de novo, muito preocupada com as formalizações, eu<br />

formalizei um pouquinho mais o Moore que tem, na verdade, uma interpretação histórica.<br />

Esbocei um quase modelo a partir das três trajetórias de modernização que ele discute: a<br />

modernização liberal-democrática, que seria o caso da Inglaterra, da França, e dos Estados<br />

Unidos. A modernização pelo alto, que seria o caso da Alemanha e do Japão. E<br />

modernização camponesa que Barrington Moore vê nos casos da China e da Rússia. É até<br />

engraçado porque Moore considera a Rússia uma revolução camponesa.. Assisti aulas dele<br />

em Harvard e resolvi tentar fazer uma aplicação de suas teses. Na verdade, eu queria<br />

estudar por que não havia uma revolução camponesa no Brasil. E diante da dificuldade de<br />

desenhar a estratégia de pesquisa fui mudando o foco. Pensava, no começo, em comparar<br />

Brasil, México e Peru. Trabalhei muito com estes três países. Eu era assistente de um<br />

professor latino-americanista, e tinha lido com ele muita literatura sobre o México e o Peru.<br />

163

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!