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CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

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áreas e formamos um departamento de sociologia, onde fui o primeiro coordenador do<br />

mestrado e do doutorado, já em fins dos anos 1980. Fiz muitas pesquisas eleitorais, urbanas<br />

e ofereci muitos cursos de metodologia da pesquisa e teoria sociológica contemporânea.<br />

Minha conversão em sociólogo estava assegurada! Em 1986 comecei a criar um doutorado<br />

em Estudos Comparados da América Latina e do Caribe, hoje CEPPAC, inicialmente em<br />

convênio com a FLACSO (Facultad Latinoamericana de Ciências Sociales). Foi uma<br />

iniciativa arrojada, mas que teve de divorciar-se do próprio departamento de sociologia, por<br />

polêmicas internas. Sai do SOL (departamento de sociologia) e fui para o próprio CEPPAC,<br />

um centro inter-disciplinar, em 1994, definitivamente. De 1995 até meados de 1996, fui<br />

Presidente da Fundação de Apoio à <strong>Pesquisa</strong> Distrito Federal, na gestão Cristovam Buarque<br />

como governador. No período publique muitos trabalhos e um pequeno livro de sucesso (A<br />

Questão Urbana), com o amigo e urbanista Ricardo Farret , pela Editora Zahar (1986).<br />

O que significa para você ser um sociólogo no Brasil, fora do eixo Rio-São Paulo ?<br />

É algo difícil de explicar, pois sempre imaginei que iria trabalhar em São Paulo. Sempre<br />

gostei da cidade, reúne os melhores quadros em todas as ciências, de modo geral. Em<br />

minha juventude, a gauchada vivia muito integrada a São Paulo. Isso é natural e foi muito<br />

normal, aceito, compartilhado. Também, é bem verdade, que vivíamos muito integrados a<br />

Montevidéu e Buenos Aires. O glamour das cidades metropolitanas, nossas raízes políticoculturais,<br />

a disponibilidade belíssimas livrarias, com traduções espanholas das grandes<br />

obras das ciências sociais e da literatura mundial. Estas três cidades compunham nosso<br />

imaginário mais próximo de uma vida densa, agitada e culturalmente compensadora. Neste<br />

quadro, São Paulo parecia ser um destino de todos nós. Éramos muito próximos aos<br />

professores da USP. Muitos dos nossos tornaram-se “paulistas”, a partir desta ambientação<br />

e aproximação (Paulo Renato Souza, Plínio Dentzien, Mariza Correa, Evelina Dagnino,<br />

Brasilio Sallum , Geraldo Muller e outros); na medida em que se instalaram em grandes<br />

centros de ensino e pesquisa de São Paulo. Comigo, a vida não se conformou a este molde.<br />

Após o convite da UNICAMP (1972), intermediado por Fernando Henrique Cardoso, tive<br />

de seguir para Belo Horizonte, por implicações familiares. Curiosamente, ao final da<br />

década de 1980 venho a casar com Lia Zanotta Machado, doutora em sociologia pela USP,<br />

orientada de Gabriel Cohn e Luis Pereira, meus grandes amigos e colegas, mas já como<br />

professora do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília. Minha paixão<br />

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