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CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

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Não. Ele era professor de Ciência Política, na escola de Sociologia. Ele tinha vindo do<br />

exterior. Apesar de bacharel em Direito, ele ganhou uma bolsa em Ciência Política e foi<br />

para Yale, nos anos 40. Veio para o Brasil em 49.<br />

O Florestan Fernandes também teve presença na Escola de Sociologia e Política...<br />

O Florestan fez na Escola de Sociologia sua tese sobre A Organização Social dos<br />

Tupinambás. Eu estava no primeiro ou segundo ano. Suas aulas não me marcaram, mas sua<br />

personalidade sim. Ele tinha um não formalismo. Dava aulas mostrando slides sobre os<br />

tapirapés. Mostrava slides e fazia piadas, constantemente.<br />

E sobre o professor Donald Pierson?<br />

O Pierson foi importante para mim, sem dúvida. A sensação que eu tive, no primeiro ano de<br />

Chicago era que naquele momento estava bebendo na fonte original. Voltando para a<br />

escola de Sociologia, eu lá tive não só a influência da Antropologia, mas da Antropologia<br />

olhada por um sujeito como (?), que era um antropólogo que estudava a organização social<br />

de povos primitivos, aquela cultura do noroeste canadense, que é uma organização social<br />

elaborada. Além disso, a Escola de Sociologia e Política tinha outros méritos. Estou<br />

falando da relação entre Sociologia e Antropologia, sua “intercambiabilidade”. Nunca<br />

consegui separar Economia do que eu estava pensando em Ciências Sociais, nem tampouco<br />

separar estatística, como instrumento básico e os métodos quantitativos. Isso é diferente da<br />

experiência da Faculdade de Filosofia da USP<br />

Em Chicago sua bolsa era americana?<br />

Era americana. Eram sempre duas bolsas, uma da Universidade, e outra, coordenada pelo<br />

Instituto Internacional de Educação. Era por um ano. Depois, eu concorri lá e ganhei outra<br />

em Chicago. Fiquei seis meses sem bolsa. Antes de ir tinha ganhado uma bolsa mais longa<br />

do que o tempo que eu pretendia ficar. Eu fiquei aí dois anos e meio.<br />

E voltou com doutorado?<br />

Não. Voltei com tudo menos uma tese. E nunca fiz tese para lá. Dos professores de Chicago<br />

que mais me influenciaram um é o Louis Wirth (?) e o outro (?) os dois discípulos diretos<br />

de Robert Ezra Park (?), que já havia morrido quando eu fui para lá. Ele era de uma década<br />

R ELATÓRIO DE P ESQUISA Nº 11 /2008

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