18.04.2013 Views

CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Maria Fiori. Além de influentes professores, faziam parte da Ação Popular, tendo Fiori<br />

auxiliado ao Padre Henrique de Lima Vaz, jesuíta sediado em Belo Horizonte e redator do<br />

documento de fundação da Ação Popular no Brasil. No projeto de Xausa estava um grupo<br />

de estudantes que deveriam, segundo ele, fundar um grande centro de ciência política<br />

moderna na UFRGS. Entre eles estavam Francisco Ferraz (ex-reitor da UFRGS e grande<br />

pesquisador e consultor na área da política), Helgio Trindade (atuante intelectual e líder da<br />

ciência política no Brasil), Evelina Dagnino e Plínio Dentzien (professores da UNICAMP),<br />

Helio Gama Filho (jornalista de renome nacional) e eu mesmo. O projeto não foi realizado<br />

integralmente, sendo que apenas Ferraz e Helgio voltaram ao Rio Grande do Sul e a<br />

UFRGS, depois de nossos estudos de pós-graduação no exterior.. Neste período (1965-68)<br />

entrei em contato com as ciências sociais da USP. Estreitamos nossas relações políticas e<br />

acadêmicas com Florestan Fernandes, Octavio Ianni, Gabriel Cohn, Fernando Henrique<br />

Cardoso e muitos outros, em encontros semiclandestinos patrocinados, geralmente, pelo<br />

IEPES, órgão do MDB do Rio Grande do Sul, que era liderado por um sociólogo<br />

recentemente falecido (André Foster). Neste momento, as ciências sociais gaúchas estavam<br />

muito conectadas, já, a São Paulo. Todos nos imaginávamos fazendo pós-graduação na<br />

USP. Daí as muitas viagens que fazíamos a São Paulo, para entrevistas e aconselhamentos,<br />

com os nomes acima citados, entre outros. Muito sacrifício e muitas horas em ônibus em<br />

estradas sofríveis. A pressão sobre a USP aumentava. Resolvi ir para Belo Horizonte, fazer<br />

o mestrado em ciência política na UFMG, em uma experiência metodológica inovadora,<br />

com ênfase em formação weberiana e estudos quantitativos do comportamento político,<br />

junto ao Departamento de Ciência Política da UFMG. Seu diretor era antigo companheiro<br />

de jornada de Florestan Fernandes e de Celso Furtado, o professor-economista Júlio<br />

Barbosa, que havia sido um dos fundadores do antigo ISEB (Instituto Superior de Estudos<br />

Brasileiros), criação nacionalista do período JK, com Rolando Corbisier, Darcy Ribeiro,<br />

Helio Jaguaribe, Candido Mendes, e outros. Em Belo Horizonte, de saudosa memória, tive<br />

professores de alto nível como Antonio Octávio Cintra, Fabio Wanderley dos Reis, José<br />

Murilo de Carvalho, o norte-americano Frank Bonilla e o uruguaio Carlos Filgueira.<br />

Bonilla foi meu orientador no mestrado, quando apresentei uma dissertação que utilizava o<br />

Método Delphi para a interpretação de juízos sobre cenários políticos, por meio de<br />

complicado uso de emergentes programas de computação em linguagem Fortram IV. Com<br />

142

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!