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CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

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Ele estava terminando quando eu entrei no primeiro ano. Claramente, ele tentou me aliciar<br />

para o Partido Comunista. Eu fiquei seu amigo desde aquela época. Não entrei para o<br />

Partido Comunista. Ele era um construtor de instituições. Ele conseguiu alocar Oracy<br />

Nogueira no Centro Brasileiro de <strong>Pesquisa</strong>s Educacionais, no Rio. Aqui era o Centro<br />

Regional de <strong>Pesquisa</strong>s Educacionais. O Oracy foi para este primeiro curso de formação de<br />

pesquisadores.<br />

Eu me lembro do Herbert Baldus que foi um professor importante.<br />

Como professor, ele realmente foi influente para muita gente. Ele não escreveu muito. No<br />

Brasil, escreveu dois ou três livros de Etnografia. Ele era bom etnógrafo. Eu fiz graduação<br />

entre 1946 e 49. Fui para Chicago em 1951, depois da minha formatura. Fiquei dois anos e<br />

meio lá. Minha grande influência foi o Mário Vieira da Cunha. Tinha dois professores na<br />

faculdade que conheciam bem Weber. Mas, a minha influência weberiana, não vem da<br />

Escola de Sociologia e Política. É posterior, vem de Chicago, e por leituras. Eu li o que<br />

havia de Weber em inglês. Chicago é o grande momento, na minha cabeça. Quer dizer, o<br />

fato é que eu pude, em Chicago, ler à beca, escritores alemães, Antropologia. Eu tenho a<br />

impressão de que li, em Chicago, o suficiente para depois não ler durante dez anos. Eu<br />

podia descansar. Logo depois, tomei um banho de água fria e compreendi que precisava ler<br />

mais. Aprofundei muito os teóricos das Ciências Sociais, a partir do Século XVIII. Adam<br />

Ferguson, menos conhecido, mas também Adam Smith, e os chamados moralistas e<br />

economistas escoceses. E também um pouco de Direito. Eu construí uma base muito sólida,<br />

antes mesmo de Weber. Li muito pouco Marx nesta época. Só li Marx, em um terceiro<br />

momento de formação, depois de voltar ao Brasil, principalmente entrando para o grupo<br />

de O Capital.<br />

O senhor estava falando de Mário Wagner Vieira da Cunha?<br />

Mário Wagner tinha voltado de Chicago, da Antropologia de Chicago. Ele era uma cabeça<br />

fantástica, e com grande senso crítico. Fui seu aluno, depois seu assistente. Ele influencioume<br />

enormemente, me marcou tanto que os outros cursos não contavam.<br />

O Mário Wagner não era professor de Direito?<br />

R ELATÓRIO DE P ESQUISA Nº 11 /2008

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