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CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

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pela matriz burguesa, liberal sobre a qual descansava a sociedade política, moderna.<br />

Sabendo que a economia existe, que ela é uma dimensão dominante é e será...Ciência e<br />

Economia são as dimensões dominantes do mundo de hoje. Como é que se pode ainda fazer<br />

História sem ser de forma naturalística, vegetativa, isto é, em processo adaptativos aos<br />

movimentos da Ciência e da Economia? Como se pode fazer isto? Acho que nós temos uma<br />

condição, porque desde o começo nós brasileiros inovamos tudo. Agora, inovamos<br />

mobilizando o que havia de mais recessivo, mais atrasado. Mas, uma brutal inovação.<br />

Primeiramente, aquele Estado Imperial imenso, que vai se tornando progressivamente, cada<br />

vez mais republicano. É isto que a Lilia Schwartz não entende. Fixada na retórica, ela vê o<br />

Império como uma mascarada, não um a cópia esquisita do autocratismo europeu. E vê uma<br />

República com elementos da Monarquia. Ela não vê que isto existiu porque a Monarquia já<br />

era republicana. O Nabuco não parou de dizer isto o tempo todo. Isto está muito bem<br />

demonstrado por tudo o que a Maria Alice Carvalho tem escrito sobre Nabuco. A meu ver,<br />

ela é a melhor analista de Nabuco no Brasil. Foi até acusado de monarquista, justamente<br />

por esta valorização.<br />

Qual é o elemento mais claro deste republicanismo dentro da Monarquia?<br />

Acho que é a idéia de público que foi constituída. O Oliveira Herrera falava dos filhos de<br />

(?), qual era a grande linhagem dele? Do Uruguai? Os servidores do Brasil. Rio Branco, o<br />

Visconde, Uruguai, Visconde, Nabuco e Euclides da Cunha. São servidores do Brasil. São<br />

homens que não pensam a partir de interesses. Nós tivemos uma inteligência aplicada nisto.<br />

Acho que o grande trabalho do (?) continua a ser a ordem (?) (?), ele não chega a entrar<br />

nisto, mas, mostra os intelectuais formadores do Estado. Não eram homens de mercado.<br />

Eram homens da administração. E também não eram homens recrutados nas elites<br />

econômicas. Há toda uma bibliografia que não sossega enquanto não consegue apontar a<br />

ruptura. Vai haver uma grande ruptura no Brasil, sem a qual o Brasil não se redime. Vai<br />

haver revolução no Brasil. Estou pensando, por exemplo, na interpretação do Roberto<br />

Schwartz sobre Machado de Assis, O mestre na periferia do capitalismo. Desde Machado<br />

estava ali a tragédia. Este país não foi posto em uma chave de revolução, vai ficar esta<br />

pasmaceira melancólica por todo o sempre e não ficou uma pasmaceira melancólica.<br />

Montou-se um grande país. Acho que este é um país filho de intelectuais. Primeiro veio o<br />

Euclides. Nós nascemos com um projeto político antes de sermos Nação. Não sei se isto é<br />

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