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CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

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dava aula. No Chile obtive um diploma de Estudos Especiais, não existia mestrado lá. Era<br />

uma especialização. Fiz, então, mestrado no IUPERJ. Eles reconheceram grande parte dos<br />

créditos que tinha feito no Chile e assim, fiz um mestrado bem rápido,.<br />

Com quem?<br />

Meu orientador era o Simon Schwartzman. Dava aula na PUC, trabalhava como assistente<br />

do Simon Schwartzman na Fundação Getúlio Vargas e ainda dava aula no IBRADES.<br />

Depois, deixei o IBRADES e fiquei só fiquei na F<strong>GV</strong> e na PUC. O Simon me orientava<br />

também. Fiz tese com ele. Minha banca foi composta por Edmar Bacha, Amauri de Souza e<br />

Simon. Foi uma tese sobre política cafeeira.<br />

Que depois vai dar também subsídio para o seu doutorado?<br />

Exatamente. Eu não tinha consciência disto, mas, assim foi. A tese de mestrado era uma<br />

análise das relações entre a política cafeeira e a formação do Estado nacional. Minha<br />

hipótese era que os construtores do estado nacional, ao mesmo tempo que atenderam às<br />

demandas dos cafeicultores, expropriaram em grande parte os interesses cafeeiros, que<br />

foram reconfigurados como interesses nacionais. Discuti as primeiras políticas de<br />

valorização do café, a criação do Instituto Nacional do Café, até o período do IBC. Usei<br />

um modelo de economia internacional que mostrava como a renda do café fora apropriada<br />

pelo Estado.<br />

O Estado se apropriando da renda?<br />

É. Na linguagem da época temos, primeiro, os cafeicultores fazendo do Estado o seu comitê<br />

executivo, e depois, o Estado fazendo o confisco cambial, transferindo renda para o setor<br />

industrial. E por isso o Instituto Brasileiro do Café já tinha muito menos a ver com a<br />

cafeicultura paulista.<br />

O Bacha influenciou bastante na orientação?<br />

Ele ajudou muito. Na orientação menos, porque tínhamos pouco contacto. Depois do<br />

Mestrado fui para os Estados Unidos. E devo dizer que fui contra a vontade. Eu queria ir<br />

para a França. Por isto digo, eu não era nada original. Era como qualquer estudante de<br />

Ciências Sociais da época. Queria ir para a França onde a Ciência era mais<br />

“revolucionária”. Os Estados Unidos eram “imperialista”. Eu me recusava a aprender<br />

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