18.04.2013 Views

CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Você mencionou que os sindicatos rejeitariam este modelo assistencialista e as centrais<br />

aderiram a ele?<br />

As centrais tornaram-se um sindicalismo dentro da ordem. A força sindical o que faz?<br />

Chafurdam os FATs (Fundo de Assistência aos Trabalhadores) nos fundos públicos para<br />

poder qualificar trabalhadores e enriquecer parte da sua liderança. A CUT também é<br />

assemelhada. Por exemplo, um dos itens da reforma sindical muito polêmico hoje - que não<br />

por acaso a CUT e a força sindical estão defendendo - diz o seguinte: Acabam os impostos<br />

sindicais e as taxas assistenciais, mas criam uma taxa negocial. Essa taxa negocial é uma<br />

porcentagem anual do salário de um trabalhador, mas é muito maior do que o imposto<br />

sindical. A taxa negocial vai para um fundo de apoio ao trabalhador e esse fundo vai ser<br />

gerido pelo ministério do trabalho, quer dizer, é o neogetulismo numa fase antigetulista.<br />

Agora, a Andes (Associação Nacional dos docentes do Ensino Supeiror) rompeu com a<br />

CUT. Por que? Porque a CUT não lhes defendeu em nenhum momento da privatização da<br />

previdência.<br />

Por que?<br />

Ninguém com razoável dose de informação pensa que a privatização da previdência do<br />

governo Lula foi a publicização da previdência. Ao contrário, foi a privatização. Porque<br />

60% dos que estão no mercado informal, hoje, não são contemplados pela reforma dita<br />

universal. Que reforma universal é esta que não contempla nossa classe trabalhadora que<br />

está na informalidade? E em contrapartida privatizou o fundo público. E tem muito<br />

sindicato... Aliás, ontem, tinha uma matéria na Folha de Soa Paulo dizendo que os<br />

sindicatos já estão na boca da gestão dos fundos de pensão. Há um livro escrito nos anos<br />

80, de João Bernardo, um cientista social português Sindicato, Gestores que é uma crítica<br />

duara sobre o sindicalismo europeu na gestão dos fundos de pensão. Esta mamata chegou<br />

pro sindicalismo brasileiro hoje. Mas não penso que a crise do sindicalismo é uma crise<br />

terminal, é uma crise funda e vai obrigar novos desafios. E no meu entender o desafio<br />

crucial é o seguinte: Os sindicatos que entenderem esta nova morfologia do trabalho<br />

sobreviverão, os que não entenderem o vão regredir para um sindicalismo de ofício no<br />

393

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!