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CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

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O Frias achou que valia a pena transformar isto em uma rotina. No fundo o que ele estava<br />

querendo era quebrar o monopólio dos três ou quatro institutos com metodologia<br />

americana. Ele queria transformar o processo em algo transparente, contando para o leitor<br />

como a pesquisa era feita. Então, a partir de 82 começamos a fazer as pesquisas de opinião,<br />

que eram sempre acompanhadas por um box em que contávamos todos os detalhes<br />

metodológicos, e eu introduzi no Brasil, o conceito de erro de amostragem. O IBOPE,<br />

durante muitos anos, recusava-se a falar disto. Mas, hoje em dia isto acabou. Todos são<br />

obrigados a dizer qual é a margem de erro.A pesquisa era feita na Folha, e o responsável<br />

pelo instituto era o Boris Casoy. E quem tocava isto era a Mara Kotcho, socióloga formada.<br />

Depois, houve um momento em que a Folha quis ampliar. Houve um período de transição.<br />

Eu me retirei da Folha. Eles contrataram pessoa especializada e ficaram um ano<br />

trabalhando. Não deu certo e o Frias me chamou de novo, me deu carta branca. Você monte<br />

a equipe como você quiser. Foi quando chamei o Antônio Manuel que tinha sido aluno na<br />

PUC, que estava fazendo mestrado comigo na USP. Chamamos o Gustavo Venturi e<br />

montamos.<br />

Fale de suas pesquisas e livros sobre religiões africanas.<br />

Como já disse, comecei a estudar as religiões africanas num projeto sobre religiões do<br />

CEBRAP, coordenado pelo Cândido Procópio. Esse material foi trabalhado e publiquei<br />

vários livros sobre o tema. Mas, durante minha pesquisa eu tinha juntado muito material<br />

sobre mitologia. Sempre que eu tinha um mito pela frente ia registrando, guardando, até<br />

que resolvi que seria interessante pegar toda esta mitologia afro-brasileira e fazer um<br />

volume disto, porque era um material embora conhecido, muito pouco disponível. Existiam<br />

dois ou três livros do Pierre Verger. Em termos de volume tinha 5% daquilo que eu<br />

produzi; em termos de volume não de qualidade. O trabalho do Verger é sempre o que<br />

existe de melhor. Aí, no próximo pedido que fiz ao CNPq elaborei um projeto de<br />

organização desta mitologia.<br />

Que é este livro que virou um best seller!<br />

É. Aí eu comecei a pesquisar o assunto e fui a Cuba, aos Estados Unidos. Visitei muitas<br />

bibliotecas nos Estados Unidos, na França para pesquisar em material mais antigo e que<br />

não estava mais disponível em catálogo. Levantei uma documentação muito grande. Tinha<br />

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