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CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

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E’ exatamente isso. Eu estou dando aula e escrevendo, neste momento, sobre os três autores<br />

citados, pensando nessa particularidade. Porque o patrimonialismo não é mais a resposta ? Qual o<br />

motivo ? O que mudou na sociedade? Mas mesmo com a mudança, porque temos tantos<br />

problemas ? Então é a questão do Brasil moderno que se impõe hoje, é que me faz voltar ao<br />

estudo desses autores, e com o cuidado de fazer a leitura do ponto de vista deles.<br />

Você esta dizendo que fazer historia das idéias não é fazer arqueologia, é testar o presente, pois<br />

as idéias são forças sociais. Esta preocupação começa com seu doutorado sob a orientação de<br />

Maria Isaura e se desdobra até hoje. Quando terminou seu doutorado ?<br />

Terminei em 1982 e esta linha de pesquisa foi se desenvolvendo de alguma forma. Logo depois<br />

que terminei o doutorado comecei a refletir sobre os trabalhos feitos sobre o pensamento social<br />

brasileiro. Essas abordagens privilegiavam a produção dos trabalhos, ou pelo contexto, ou pelo<br />

autor, mas o ponto de partida era sempre a produção das idéias. Li um livro de critica literária, em<br />

que o autor falava da recepção das idéias, no momento em que estava questionando essas<br />

abordagens. Comecei a pensar o que acontece efetivamente com as idéias, porque ao serem<br />

absorvidas mudam de sentido. Esta é uma pesquisa que não é muito fácil. Não me lembro como<br />

e porque comecei a pensar nos autores alemães, em sua reação entre nos. Não creio que tenha<br />

sido determinado pela minha ida à Alemanha, mas, certamente, a experiência que tive lá<br />

contribuiu.<br />

Talvez porque você tenha percebido que as mesmas idéias que tinham operado na definição<br />

dos contornos da sociedade alemã, aqui ganharam sentido diferente.<br />

Sim, muito diferente ! Comecei a ver que além dos trabalhos recentes sobre Max Weber, Marx no<br />

Brasil, a estudos mais antigos do inicio da década de 50. Quando comecei a estudar vi como é<br />

impressionante, além da presença desses dois autores, a de Mannheim e de Hans ( ?). Fiz esse<br />

levantamento sempre através dos livros. E’ impressionante, até no estudo sobre o messianismo no<br />

Brasil, de Maria Isaura, nas ultimas paginas se menciona Mannheim.<br />

A tradução de parte da obra de Mannheim, embora seja mais tarde, é uma iniciativa do pessoal<br />

da cadeira de Sociologia de Florestan.<br />

Mas, aqui no Rio, também através do (?). Ele foi publicado antes de Durkheim, antes de Weber,<br />

antes de Marx. O (?), traduz Ideologia e Utopia, publicado pela Globo, cuja primeira edição é de<br />

1938. Florestan tem vários trabalhos publicados sobre Mannheim, é impressionante. Penso muito<br />

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