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CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

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Frank Bonilla fomos estudar em Stanford University, doutorado em ciência política. Junto<br />

comigo foram grandes colegas e exemplares acadêmicos, Malory Pompermayer e Evelina<br />

Dagnino. Em Stanford tivemos uma época de ouro, pois conhecemos muitas figuras<br />

inclementes e que depois vieram a brilhar em vários cenários políticos (Alejandro Toledo,<br />

atual presidente do Peru), Jacques Velloso (UNB), Jorge Wertheim (UNESCO), John<br />

Gurley economista que ajudou a fundar a New Left nos Estados Unidos, bem como toda a<br />

nata da ciência política comparativista do país, liderados por Gabriel Almond e Seymour<br />

Martin Lipset. Um certo dia, o Diretor do Instituto de Ciência Política, me convocou e<br />

ofereceu uma vaga a um docente brasileiro para ser professor-visitante em nosso<br />

departamento, por três meses. Indiquei Francisco Weffort e Fernando Henrique Cardoso.<br />

Cardoso foi escolhido e fui seu aluno por um “quarter”, nos Estados Unidos! Estreitei<br />

relações com um grande amigo de jornadas de porão acadêmico e conheci a já renomada e<br />

gentil professora Ruth Cardoso. Foi um período rico de experiências, desafios intelectuais e<br />

de muita amizade com outros norte-americanos, como o hoje professor da University of<br />

Miami, William Smith Jr., famoso por seus estudos sobre a América Latina e a Argentina,<br />

de modo particular. Nesta jornada, minha então esposa, Isaura Belloni, fazia seu doutorado<br />

em Economia da Educação, também em Stanford, sob orientação de Martin Carnoy.<br />

Terminados os cursos, voltei ao Brasil, para, junto com Isaura Belloni, trabalhar na UFMG,<br />

no Departamento de Ciência Política. Lá permaneci de 1973 a 1976. Havia recusado um<br />

convite de Vilmar Faria, Fernando Henrique e Paulo Sérgio Pinheiro, para integrar o<br />

Instituto de Ciências Humanas da UNICAMP. Com o projeto de tese de doutorado sobre a<br />

cabeça, sofri pressões para não realizá-lo, após algumas entrevistas com empresários<br />

industriais. Recebi um convite do amigo e arquiteto Jorge Francisconi, então criando um<br />

programa interdisciplinar em planejamento urbano e regional (PROPUR) na UFRGS, e<br />

fomos, Isaura e eu, para a terra natal (Porto Alegre). Foi (1976-82) minha primeira<br />

experiência interdisciplinar realmente importante, na dimensão profissional. O grupo,<br />

sediado na Faculdade de Arquitetura da UFRGS, era integrado por sociólogos, arquitetos,<br />

urbanistas, economistas, especialistas em direito urbano e imobiliário, demógrafos,<br />

geógrafos e uma doutora em educação comparada. Por força da dinâmica da instituição,<br />

muito trabalhei e interagi com intelectuais de porte de Paulo Singer, Milton Santos e<br />

urbanistas argentinos como o notável Jorge Hardoy. Aí, então, enveredei pela trilha da<br />

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