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CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

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A CAPES tem um desafio permanente configurado no seu papel monopólico de<br />

certificação, avaliação e credenciamento dos cursos de pós-graduação e dos processos de<br />

cooperação internacional acadêmica. O Brasil tem sistema muito diferenciado, com forte e<br />

decisivo papel do Estado nesses processos, juntamente com outros poucos países. O sistema<br />

internacional de educação superior está sendo submetido à intensa descentralização,<br />

desregulação e livre competição; o que leva a maioria dos países à adesão ao conceito de<br />

“educação como mercadoria”. O Brasil, com outros poucos países tem resistido. É um<br />

confronto difícil e sibilino, mas não deveremos recuar deste papel histórico que reveste a<br />

CAPES, por exemplo.<br />

Você acha que o desafio que temos na educação superior é o mesmo que têm Argentina,<br />

Chile e o Uruguai? Não podíamos fazer uma frente para pensar neste assunto?<br />

Esses países têm sofrido o que mencionei acima. O Chile já aderiu ao modelo, onde a<br />

universidade pública é paga, os docentes ganham muito pouco e a pesquisa desaparece das<br />

universidades e vai para centros e institutos especializados, fora da academia. Uruguai e<br />

Argentina têm sido invadidos por grupos internacionais, geralmente em redes de<br />

cooperação com nacionais, para expandir o ensino superior. Está difícil o diálogo, e<br />

principalmente as alianças possíveis para o enfrentamento internacional. Agora, mais do<br />

que nunca, dependemos das posições dos governos centrais desses países, pois o setor<br />

público está muito desgastado por anos de desleixo e abandono no setor.<br />

Neste sentido, nós temos um modelo muito melhor?<br />

Acredito que sim, temos um modelo melhor. Apesar dos percalços, ainda temos um forte<br />

setor público de ensino superior e praticamos a pesquisa cotidianamente e com belos<br />

resultados na competição internacional. Possuímos ágeis sociedades científicas; nosso<br />

sistema nacional é melhor organizado e com metas de médio e longo prazo. Temos, agora,<br />

o V Plano Nacional de Pós-Graduação feito pela CAPES. Temos o fomento do CNPQ e<br />

empresas estatais (FINEP, PETROBRAS, etc.), e uma crescente cooperação internacional<br />

liderada pelo MEC e pelas universidades de ponta, como a USP< UFRJ, UFRGS e UFMG,<br />

por exemplo.<br />

A proposta do MEC, de cotas nas universidades privadas, não seria uma ajuda para o<br />

setor privado?<br />

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