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CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

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ENTREVISTA <strong>SOCIÓLOGOS</strong><br />

Glaucia Villas-Boas<br />

Como e por que escolheu o curso de Ciências Sociais ?<br />

Em 1965, voltei dos Estados Unidos, depois de ter passado um ano lá, freqüentando a High<br />

School. Quando cheguei, revi meus amigos de colégio e, em conversa com eles, me interessei<br />

pela Sociologia, basicamente por causa da diferença que eu via entre os dois paises, e pelo<br />

interesse muito grande de entender o Brasil. Creio que havia a influência de meu pai que era<br />

medico de Saúde Publica, viajava pelo pais inteiro e fazia muitos relatos de viagem. Fiz os<br />

primeiros anos de Ciências Sociais na UFRJ. Tive no curso alguns professores que tiveram<br />

grande influencia em minha formação: Evaristo de Morais Filho, que dava Sociologia do<br />

Trabalho e ensinava Marx e Weber ; Marina Vasconcelos, que ensinava Antropologia Brasileira.<br />

Ela começava o curso com os viajantes do século XIX e chegava até os meados dos anos 50, com<br />

Roberto Cardoso de Oliveira, Darcy Ribeiro. Terminei fazendo Sociologia e Antropologia como<br />

curso de Graduação. Eu me envolvi na política, no movimento estudantil, e fui expulsa da UFRJ.<br />

Entrei, então na PUC e terminei ai o curso de Ciências Sociais, em 1970, quando deveria ter<br />

terminado em 1969. Também outros professores foram importantes : Moema Toscano, por<br />

exemplo. Tive com ( ?) curso de (?). Estes foram meus professores de Sociologia. Fiz poucas<br />

disciplinas em Ciência Política, sendo que minhas leituras nessa área foram, vamos dizer,<br />

resultado de minha politização. Assim, minhas leituras, além daquelas do curso, eram todas de<br />

Marx, Lênin e Mao Tse Tung. Creio que vivi um momento privilegiado da discussão sobre os<br />

destinos do Brasil, sobre a questão da intervenção dos intelectuais, sobre o que se fazia em<br />

relação ao pais. Eu estava na faculdade entre 66 e 68 e o clima do período marcou muito minha<br />

formação. Eu vivi aqueles acontecimentos intensamente, mas desejava sempre dar continuidade<br />

aos estudos de Sociologia, ligados às experiências brasileiras. Quis fazer uma pós-graduação<br />

nessa direção mas, por uma série de problemas de ordem política que tive na época, não pude dar<br />

continuidade aos estudos no Brasil. Assim, houve uma interrupção grande entre o término do<br />

curso de Graduação e a retomada dos meus estudos de pós-graduação. Houve um período de uns<br />

três ou quatro anos em que eu trabalhei no jornal Correio da Manhã, depois no Globo. Acabei<br />

fazendo de tudo no jornal : reportagem, comentário internacional. Mas desejava sempre voltar<br />

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