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CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

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que os faz lembrar a arte acadêmica e do resto eles querem distância. Mas, criaram um<br />

sistema de bolsa, criaram a pinacoteca, os museus. A história da arte já aparece mais no<br />

livro. Mas, não há capítulo teórico sobre a história da arte. Ela parece na prática. Ao se ler o<br />

livro percebe-se que a história da arte está ali.<br />

Por que decidiu estudar a Argentina?<br />

Quando eu dei aula em Chicago, em 1992, e estava começando as pesquisas para o livro<br />

Imagens Negociadas tentei fazer análise comparativa, lendo os mexicanos. Eu queria fazer<br />

sobre o Muralismo. Meu projeto do CNPq, com o qual tenho a bolsa até hoje tem um longo<br />

trecho sobre a comparação do Portinari com o Muralismo mexicano. Em Stanford voltou a<br />

idéia da comparação mas com a Argentina porque conheço um pouco Borges. Além disso,<br />

a biblioteca de Stanford tinha tudo, todas as biografias, os repertórios, as obras literárias,<br />

dicionário literário. Era sensacional. Comecei também a ler os artistas argentinos. Então, eu<br />

fiz uma comunicação que vai sair em espanhol na revista Prisma e na revista literária<br />

Semear da PUC do Rio. Neste artigo, só faço uma comparação rápida de problema da<br />

língua e de como ele foi manejado no Modernismo argentino e aqui, sobre a presença das<br />

mulheres, no Modernismo argentino e no nosso. E ainda a relação deles com o setor<br />

privado e a nossa com o Estado. E como essa relação explica muita coisa. O artigo se<br />

baseia neste confronto entre a experiência desestatizada da Argentina. Ela foi estatizada no<br />

final do século XIX, mas o modernismo, a vanguarda anos 10, 20, 30 é toda ligada ao<br />

mecenato privado. Há também comparação com o trabalho jornalístico. O artigo é todo<br />

baseado nestas pequenas comparações. A gente ganha comparando-nos com a Argentina. A<br />

ligação deles com a Espanha é muito diferente de nossa ligação com Portugal, no mesmo<br />

momento. A ligação entre eles, entre México, Santiago, Buenos Aires, é importante na<br />

definição da vida intelectual deles. Estas relações entre os centros que estão competindo por<br />

legitimidade. E cada um em um determinado momento emerge como o mais importante.<br />

Quando Fundo de Cultura foi montada no México, era o momento mexicano. Mas, a<br />

Argentina teve também o seu A relação com a Espanha é muito mais importante do que<br />

nossa relação com Portugal.<br />

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