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CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

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da Unicamp também. Eu sou um pouco aluno da <strong>GV</strong>, e muito um cientista social formado<br />

pela Unicamp.<br />

Quais são sua grandes influências intelectuais hoje ,além de Marx e Lukacs<br />

Todo o trabalho que eu fiz posteriormente ao doutorado, a livre docência, consolidou a<br />

minha investigação dentro do marxismo, quer dizer, para mim o marxismo não morreu<br />

ainda que o marxismo de hoje não seja igual ao meu marxismo de vinte anos atrás. Eu<br />

gosto muito da escola que ficou do Lukacs, do Stván Mezarus, Agnes Heller. Esse foi um<br />

grupamento que se chamou equivocamente de escola de Budapeste nos anos 80 e 90. Era<br />

um pequeno grupo de alunos do Lukacs que de algum modo dentro do marxismo foram<br />

responsáveis por uma vida intelectual fértil. Aquele livro da Agnes Heller, Sociologia da<br />

Vida Cotidiana, que eu acho belíssimo, o Homem do Renascimento, O Stván Mezarus<br />

com quem desde 8e eu mantenho um diálogo muito intenso. Ele me convidou em 97 para ir<br />

trabalhar em Sussex, na Inglaterra e onde fiz meu pós-doutorado. Naturalmente que o nosso<br />

diálogo hoje transcende muito os autores marxistas. Cito Habermas, que foge um pouco da<br />

linguagem frankfurtiana e provoca muito em sua contraposição a ela. Nos cursos da<br />

Unicamp, tanto fazer uma reflexão original sobre o mundo do trabalho. Nos anos 80 a<br />

discussão era “Adeus ao proletariado” do André Gorz, a teoria da ação comunicativa de<br />

Habermas e Klaus Offe respondendo que o trabalho não era mais uma categoria sociológica<br />

central. Em 95, Dominique Medar publicou na França, “Trabalho e valor em vias de<br />

desaparição”, Jony River (???), Fim do trabalho ou o Fim do emprego? Acho que remei<br />

contra essa maré. Essa era uma literatura muito eurocêntrica que via o mundo do trabalho à<br />

luz da Alemanha, da França, da Itália. Se um traço da economia mundializada é a<br />

mundialização do trabalho. Portanto, há uma nova divisão internacional do trabalho, Dois<br />

terços da humanidade que trabalha se encontra no terceiro mundo. A Índia, a China, a<br />

América Latina. Então, os autores com quem eu diálogo praticamente são esses: Habermas,<br />

o Offe, o Robert Kurz. Um livro do Kurz me provocou muito porque é diferente dos<br />

anteriores. O Robert Kurz é um autor que diz que o trabalho não vale mais nada, mas ele<br />

faz uma crítica da economia política totalmente inspirada no Marx. Ele diz que se Marx da<br />

luta de classes pode ser jogado fora, o Marx da economia política e do fetichismo da<br />

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