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CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

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dá sentido para pensar uma sociedade que seria mais generosa do que essa, É claro que tem<br />

que haver um sentido utópico. Se não houvesse essa possibilidade, porque que há três,<br />

quatro anos que se realiza o Fórum Social Mundial com milhões de pessoas falando. São<br />

milhares em Porto Alegre. Participei em 2002 num Fórum Social Mundial em Roma, na<br />

mesma semana que se reunia o Fórum Social Mundial em Porto Alegre. É evidente, que<br />

este outro mundo é possível. Nem todo mundo aí é socialista, mas muitos são. Discute-se<br />

uma sociedade menos destrutiva, o debate do eco-socialismo que é forte hoje. O que se faz<br />

com um mundo em que menos que 5% da população, que é a população norte-americana<br />

consome quase 25% dos recursos naturais? O que acontecerá se esse modelo norteamericano<br />

for para China? Se cada três chineses um tiver um carro o mundo está<br />

aniquilidado. Então, a coisa não está fácil capitalismo assim. Como marxista eu penso os<br />

movimentos sociais com mais impulsão.... Como bom exemplo de como se pode fagocitar<br />

um partido de esquerda no Brasil foi o governo do PT. A fagocitagem foi completa. Ao<br />

passo que o MST com todas as dificuldades é um movimento social.de importância que<br />

questiona os impasses da sociedade brasileira... Hoje há explosões sociais, que jamais se<br />

imaginaria no passado. Por que? Digamos que o marxismo tradicional não imaginava, que<br />

na Bolívia os bolivianos fossem indígenas. Você tem rebelião hoje na Bolívia, no Equador,<br />

no Peru, ? Quem é que está impulsionando? São os povos andinos. Então nós temos que<br />

estar desafiados para pensar essas mediações...<br />

Mas também não pensávamos no Islamismo, no fundamentalismo. Isso jamais estaria no<br />

universo do socialismo que é uma utopia eminentemente racionalista.<br />

Claro. Quer dizer, existe uma resposta para os antagonismos da ordem mundial onde a<br />

irazão é dominante. Um estado terrorista de amplitude nacional fomenta as repostas. Mas,<br />

assim como eu penso que a possibilidade emancipatória é uma possibilidade, isso vale até<br />

para o chamado fim da história. Quer dizer, esta é uma lógica tão destrutiva que ela pode<br />

nos levar para um beco sem saída. Imagine que a política norte-americana é de que a<br />

guerra será duradoura, é a política da guerra. Se não for o Irã é o Iraque, se não for o Iraque<br />

é a Coréia, se não for a Coréia é Cuba, se não for Cuba é a Venezuela. Qual é o fim dessa<br />

brincadeira? O desafio mais genial da história é que ela é o resultado da construção<br />

cotidiana da população que faz a história, da humanidade. E para onde vai a história? Quem<br />

podia imaginar que em 1989 a União Soviética cairia como caiu? Quem podia imaginar que<br />

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