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CONVERSAS COM SOCIÓLOGOS BRASILEIROS ... - GV Pesquisa

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É óbvio. Uma vez eu participei de um debate em um sindicalismo holandês. E um holandês<br />

me dizia: Aqui na Holanda nós estamos num patamar muito superior. A Holanda financia a<br />

casa para seus trabalhadores. Eu lhe respondi: Esse é o exemplo do sindicalismo que nós<br />

não queremos. Se o papel do sindicato é construir casas para os trabalhadores, é porque não<br />

está mais se prestando seu sentido primeiro que é a organização dos trabalhadores. Mas, há<br />

um segundo problema fundamental: flexibilização, desregulamentação, isso para o mundo<br />

do trabalho, Nós podemos discutir isso longamente, não é o caso aqui. Isso pro mundo do<br />

trabalho resulta em precarização. Isto obriga a produzir formas de resistência e defesa o<br />

que bate ou rebate no sindicato.<br />

Sua reposta ao holandês é a de intelectual militante comunista Ou é a resposta que daria<br />

um sindicalista brasileiro hoje?<br />

É a resposta de um intelectual marxista. A questão do comunismo é muito confusa. O que<br />

é o comunismo, é o da União soviética, é o chinês? Eu penso diferente disso, porque a<br />

social democratização do sindicalismo brasileiro foi muito acentuada. Há fatia do<br />

sindicalismo brasileiro que sonha em criar uma Suécia no mundo desertificado como o<br />

nosso. Ou seja, o sindicalismo brasileiro, também é um sindicalismo que tem as clivagens<br />

do sindicalismo europeu. Por isso há hoje a CUT dominante que quer fundo de pensão. E a<br />

CUT de esquerda que está enfurecida com a CUT dominante. Por isso há a Força Sindical<br />

que nasceu como uma central inteiramente acomodada, dentro do ideário neoliberal<br />

defendendo as privatizações. Hoje a situação é confusa e embaralhada embaralham...<br />

Provavelmente, o Vicentinhoda CUTa e o Marinho, da Força Sindical diriam que o<br />

sindicalismo holandês de fato tinha, chegou ao máximo.<br />

Vicentinho também te diria isso?<br />

Certamente, certamente..<br />

Quem não diria?<br />

Não é o bem o caso de uma expressão sindical. Mas, o MST não diria isso. Talvez o<br />

sindicato dos metalúrgicos de Campinas, a Toyota de Indaiatuba, Mercedes Bens, Bosch,<br />

diriam não. E o Sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos, que inclui General<br />

Motors, diriam não também. São as clivagens do sindicalismo brasileiro.<br />

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