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O Atlântico Açoriano - Musa - Universidade Federal de Santa Catarina

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divergentes. Quando Edward Said (1984) escreve sobre os aspectos positivos do exílio, diz<br />

que para o exilado, estilos <strong>de</strong> vida e memórias agem “contrapontualmente”, ligados a<br />

ambientes diferentes que se contrapõem. Quando Ribeiro (op. cit.:242) escreve sobre o<br />

imigrante, diz que o “cidadão ambíguo ou transnacionalizado necessita ser encarado não<br />

como um problema, mas como provável impulsor do entendimento e cooperação no mundo<br />

globalizado”. I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s “traduzidas”, ou “<strong>de</strong>splazadas” sendo uma componente do nosso<br />

tempo, não <strong>de</strong>vem ser vistas como i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s cuja ambigüida<strong>de</strong> é <strong>de</strong>vida “aos azares dos<br />

novos contextos sociais e culturais em que estão inseridas”(CARDOSO DE OLIVEIRA,<br />

2000: 12), mas como um atributo positivo da subjetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> si em face do outro.<br />

(d) - A “política da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>”. O rótulo “política da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>” nasceu nos Estados Unidos<br />

nos anos 70 e refere-se inicialmente ao ambiente jurídico-político daquele país, marcado pela<br />

i<strong>de</strong>ologia do multiculturalismo (RIBEIRO, op. cit.: 236, 270). Diz respeito a afirmação <strong>de</strong><br />

grupos e pessoas que, por pertencerem a categorias e movimentos sociais <strong>de</strong>finidos por<br />

gênero, raça, etnia, orientação sexual etc, travam lutas e promovem manifestações para obter<br />

benefícios, tratamentos, reconhecimento e consolidar seus direitos legais em função <strong>de</strong><br />

situações <strong>de</strong> discriminação. Há neste sentido tantas políticas <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> quantos são os<br />

movimentos que assumem uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> específica: política feminista, política<br />

homossexual, política negra etc. Um outro componente importante da <strong>de</strong>signação é o seu<br />

caráter eminentemente político. Assim, as manifestações públicas <strong>de</strong>stes movimentos<br />

procuram mostrar a exuberância <strong>de</strong> suas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s culturais, o número <strong>de</strong> pessoas<br />

envolvidas e seu peso econômico, como forma <strong>de</strong> aumentar sua qualificação no jogo <strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>r, diminuir constrangimentos e melhor navegar socialmente no contexto <strong>de</strong> um país<br />

marcado historicamente por conflitos étnicos <strong>de</strong> toda or<strong>de</strong>m. De outro lado como cada<br />

movimento atua no sentido <strong>de</strong> aprofundar a análise <strong>de</strong> sua opressão específica, as

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