30.10.2014 Views

O Atlântico Açoriano - Musa - Universidade Federal de Santa Catarina

O Atlântico Açoriano - Musa - Universidade Federal de Santa Catarina

O Atlântico Açoriano - Musa - Universidade Federal de Santa Catarina

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

129<br />

vendidos em São Paulo e Bahia e dizimados por doenças, estas populações conheceram a ruína<br />

<strong>de</strong> suas al<strong>de</strong>ias, tendo <strong>de</strong>saparecido <strong>de</strong>finitivamente no final do século XVII. Restaram poucos<br />

como escravos nos engenhos <strong>de</strong> farinha que então começavam a se instalar.<br />

Ao lado dos remanescentes dos índios, houve também a presença do escravo negro.<br />

Os açorianos chegaram no período da pesca da baleia, o primeiro ciclo econômico <strong>de</strong> <strong>Santa</strong><br />

<strong>Catarina</strong>. No inverno trabalhavam nas Armações <strong>de</strong> Baleia, complementando a mão-<strong>de</strong>-obra<br />

escrava negra fixa.. É bom notar que a escravidão negra em <strong>Santa</strong> <strong>Catarina</strong> não teve as mesmas<br />

dimensões que em outras partes do Brasil (CARDOSO & IANNI, 1960; PIAZZA, 1975). Isto<br />

se <strong>de</strong>ve a existência <strong>de</strong> pequeno número <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s proprieda<strong>de</strong>s agrícolas ou pastoris e<br />

também ao fato <strong>de</strong> que o vicentista e o açoriano não possuíam gran<strong>de</strong>s recursos para adquirir<br />

expressivo número <strong>de</strong> escravos. A população escrava em <strong>Santa</strong> <strong>Catarina</strong> foi trabalhar nos<br />

serviços domésticos ou urbanos além daquele <strong>de</strong>dicado à pescaria e ao pastoreio.<br />

A partir da segunda meta<strong>de</strong> do século XIX, os habitantes do litoral passam a conviver<br />

com as populações européias não portuguesas, caso dos alemães, italianos, gregos, sírios e<br />

libaneses (SEYFERT, 1982). Estas novas levas <strong>de</strong> imigrantes iriam colonizar os fundos dos<br />

vales, mais à oeste, enquanto os açorianos colonizaram a faixa costeira. Se acrescentarmos o<br />

caminho das tropas que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século XVII, vinha promovento o povoamento verticalizado<br />

do Sul do Brasil <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Viamão (RS) até Minas Gerais (COSTA, 1982), temos a composição da<br />

população que formou o Estado <strong>de</strong> <strong>Santa</strong> <strong>Catarina</strong>, nestes três séculos: índios Carijós,<br />

ban<strong>de</strong>irantes paulistas, açorianos, imigrantes europeus não-portugueses e africanos.<br />

Nos tempos atuais, as populações <strong>de</strong> origem açoriana vivem o impacto da expansão<br />

urbana e <strong>de</strong>mográfica da região, a balnearização dos antigos núcleos povoadores e o<br />

6 Ban<strong>de</strong>irantes paulistas, <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> portugueses continentais e habitantes da Vila <strong>de</strong> São Vicente, hoje

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!