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O Atlântico Açoriano - Musa - Universidade Federal de Santa Catarina

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contexto <strong>de</strong> intensas disputas simbólicas entre as etnias formadoras do Estado. Mostro como<br />

os ativistas açorianistas se organizaram para recuperar o “orgulho” <strong>de</strong> suas tradições e a autoestima<br />

das comunida<strong>de</strong>s, através <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> mecanismos característicos <strong>de</strong> uma<br />

verda<strong>de</strong>ira política regional <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. Há um retrospecto dos itinerários <strong>de</strong>sta história <strong>de</strong><br />

luta por uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> categórica. No final, tomo comparativamente o caso açoriano para<br />

sugerir pontos <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate teórico relativos à “política <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>”, à questão da crítica às<br />

noções essencialistas <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e etnia, à idéia <strong>de</strong> “etnogenese” e outras. A intenção é<br />

contribuir para o <strong>de</strong>bate sobre i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> na Antropologia e a questão das condições <strong>de</strong><br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua etnização.<br />

(c) na dimensão local, reconstituir a história e o modo <strong>de</strong> vida dos açoriano<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes<br />

da Ilha <strong>de</strong> <strong>Santa</strong> <strong>Catarina</strong>. (capitulo 3). A pesquisa <strong>de</strong> campo, realizada na Ilha<br />

<strong>de</strong> <strong>Santa</strong> <strong>Catarina</strong>, objetivava estudar as formas locais <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong> através da observação<br />

das festas e ritos tradicionais. Este objetivo redundaria na confecção <strong>de</strong> um capitulo. No<br />

entanto, o material colhido em campo foi tão significativo que <strong>de</strong>sdobrei a sua apresentação<br />

em dois capítulos complementares. Este capitulo apresenta uma pequena introdução à historia<br />

dos açorianos em terras <strong>de</strong> <strong>Santa</strong> <strong>Catarina</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> quando chegaram os primeiros imigrantes<br />

até aos tempos atuais. Esta introdução servirá <strong>de</strong> texto preliminar tanto à <strong>de</strong>scrição do<br />

calendário das festas e ritos ilhéus (núcleo <strong>de</strong>scritivo <strong>de</strong>ste capítulo), como do próximo<br />

capítulo, que tem as formas <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong> com principal núcleo <strong>de</strong>scritivo. Fazendo uma<br />

“visita” ao passado histórico dos ilhéus, com o olhar <strong>de</strong> quem narra do tempo presente, minha<br />

intenção foi reconstituir brevemente a formação social local através da pesquisa bibliográfica,<br />

procurando agregar a essa reconstituição, dados etnográficos coletados em primeira mão.<br />

Assim, o leitor disporá <strong>de</strong> uma reconstituição da vida social dos ilhéus a partir <strong>de</strong> fontes<br />

historiográficas e etnográficas. Este recurso metodológico foi adotado por Geertz<br />

(1991[1980]: 13-21) em um estudo clássico neste sentido. Mostrando como a historia e a

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