O Atlântico Açoriano - Musa - Universidade Federal de Santa Catarina

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Fig. 1 - Boi de Mamão do Sambaqui - Florianópolis 2001
Este período abre o ciclo de festas, cultos e folguedos nas comunidades e se estende
até a Quaresma. Coincide com a abertura oficial da temporada turística do verão. Note que a
abertura do ciclo já teve seu sinal nas florações da primavera, com a formação de ventos
propícios a soltar pandorgas; com a maior insolação, fazendo com que os homens exibam seus
pássaros cantadores a tomar banho de sol (MOTA, 2001); com o ´choro´ aos mortos e a
circulação do “Pão-por-Deus” (voltaremos a este ponto).
Quanto aos Ternos (fig. 2), há os de Natal (24.12), Ano Novo (31.12), Reis Magos
(6.01), Santo Amaro (15.01) e São Sebastião (20.01). O Terno de Reis é o mais conhecido.
Trios de cantadores saem em visitação pelas casas, durante a noite, sempre às vésperas do dia
em que se comemora o dia de um santo, o nascimento de Cristo ou um evento religioso
importante. Anunciam a epifania de Jesus e outros santos anunciadores, em versos a três vozes,
acompanhados da rabeca, viola e gaita, visitando espontaneamente as casas de família.
Costumam entrar pela noite adentro desde que o dono da casa mantenha a oferta de comidas e
bebidas. Os versos são cheios de improviso, ao sabor da situações encontradas ao longo do
caminho. Os Ternos, funcionam como arautos, lembrando a todos das suas obrigações.