O Atlântico Açoriano - Musa - Universidade Federal de Santa Catarina

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5. EPÍLOGO
Neste epílogo, farei uma síntese do que foi tratado nos capítulos anteriores,
aprofundando temas englobadores do trabalho e abrindo questionamentos futuros. Finalizarei
com uma apreciação sobre o papel da antropologia no mundo contemporâneo. Compreendo
que assim fazendo poderei evidenciar para o leitor aquilo que, no meu próprio entendimento,
resulta ser a contribuição desta tese ao estudo dos temas por ela abordados.
Tomando a “açorianidade” como discurso político e cultural, procurei investigar a
trajetória e as formas globais e locais em que este discurso é representado, apropriado,
negociado e afirmado como emblema identitário dos açorianos e das comunidades de
emigrantes e descendentes de açorianos espalhadas pelo mundo. Sendo uma categoria
genérica, análoga a outras categorias que procuram construir uma idéia de nação ou sintetizar
o seu “caráter”, a açorianidade foi o tema motivador inicial desta investigação.
Dada a generalidade e ubiqüidade do tema, este trabalho lançou mão de uma estratégia
de pesquisa multifocalizada, fornecendo um corpo etnográfico para uma categoria difusa. O
que é a açorianidade afinal? Para responder, adotei a perspectiva de um olhar
desterritorializado, investigando as múltiplas dimensões em diversos contextos etnográficos
nos quais ela se inscreve.
*
O primeiro momento da pesquisa levou a cabo a análise de eventos e narrativas em
certos espaços tipicamente globalizados, tendo sido os açorianos, emigrantes e descendentes,
tomados como protagonistas de uma diáspora imaginada. A idéia que os açorianos do
Arquipélago e os açoriano-descendentes espalhados pelo mundo formam uma diáspora é
recorrentemente evocada em inúmeros fóruns, encontros internacionais, locuções de