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O Atlântico Açoriano - Musa - Universidade Federal de Santa Catarina

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antropologia, etnicida<strong>de</strong>, análise <strong>de</strong> rituais, performance, conceitos <strong>de</strong> tradição e memória, a<br />

questão da jocosida<strong>de</strong> e do dom na historia da antropologia e assim por diante. As incursões<br />

teóricas foram muitas, fazendo-me sentir, por vezes, um esquilo filosófico. O resultado, a par<br />

<strong>de</strong> uma certa fragmentação do objeto <strong>de</strong> pesquisa, é um elogio à historia teórica da<br />

Antropologia.<br />

Em suma, um olhar <strong>de</strong>sterritorializado é lançado sobre dimensões <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m global e<br />

local que são conectados em um contraponto investigativo, na direção dos objetivos abaixo<br />

<strong>de</strong>scritos e que estão consubstanciados em cada capitulo. A idéia <strong>de</strong> contraponto vem da<br />

percepção <strong>de</strong> que vivemos uma época on<strong>de</strong> a globalização e a fragmentação combinam-se <strong>de</strong><br />

maneiras inusitadas e por isso a análise antropológica não po<strong>de</strong> mais ter apenas como base a<br />

representação dos atores. É preciso combinar esta leitura microscópica com as forças macro<br />

que atuam no meio. Em outras palavras, o projeto antropológico <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r e “reproduzir” o<br />

modo <strong>de</strong> vida do Outro não é mais suficiente, se não for, <strong>de</strong> fato, informado mais amplamente<br />

pelos saberes e ciências que ampliam o conhecimento.<br />

(a) na dimensão global, <strong>de</strong>screver, abordar e qualificar a experiência migratória<br />

açoriana sob a ótica <strong>de</strong> uma diáspora transnacional (capitulo 1). Neste capitulo forneço um<br />

quadro histórico da imigração açoriana no mundo, para <strong>de</strong>pois discutir a trajetória e os<br />

sentidos da idéia da açorianida<strong>de</strong>. Esta, vista como uma elaboração análoga a outros discursos<br />

i<strong>de</strong>ntitários hoje globalizados nas “esferas publicas diaspóricas”, como<br />

“latinidad”, e<br />

“africanida<strong>de</strong>”, tem sua generalida<strong>de</strong> examinada em espaços tipicamente transnacionalizados,<br />

como festas dos imigrantes, encontros mundiais <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s e até programas <strong>de</strong> televisão<br />

a cabo.<br />

(b) na dimensão regional, analisar a emergência da “cultura açoriana” em <strong>Santa</strong><br />

<strong>Catarina</strong> a partir da rubrica da “invenção da tradição” (capitulo 2). Neste capitulo, mostro<br />

como se engendrou em <strong>Santa</strong> <strong>Catarina</strong>, a idéia <strong>de</strong> uma “cultura açoriana” regional, no

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