09.01.2015 Views

Download tese - Setor de Ciências Humanas UFPR - Universidade ...

Download tese - Setor de Ciências Humanas UFPR - Universidade ...

Download tese - Setor de Ciências Humanas UFPR - Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ida<strong>de</strong>. 284 Houve, no ano <strong>de</strong> 1950, uma prova <strong>de</strong> habilitação ao ingresso no Quadro <strong>de</strong><br />

O Centro <strong>de</strong> Preparação <strong>de</strong> Oficiais da Reserva (CPOR) <strong>de</strong> Curitiba, localizado na<br />

Praça Oswaldo Cruz (hoje um shopping center), era um quartel <strong>de</strong> vanguarda, assim como<br />

outras unida<strong>de</strong>s do Exército no Paraná e em vários outros Estados da fe<strong>de</strong>ração, tanto em<br />

relação ao cultivo do espírito, com o incentivo aos estudos <strong>de</strong> seus praças, como em relação<br />

às discussões políticas, nos anos <strong>de</strong> 1950 até 1964; muito por conta da personalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu<br />

comandante, que era progressista. Antes <strong>de</strong> 1964, acalorados <strong>de</strong>bates políticos ocorriam no<br />

CPOR, que abria suas portas por promoção <strong>de</strong> seu comandante, coronel Barcelos. Era o<br />

próprio coronel Barcelos o diretor municipal do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). O<br />

mesmo PTB que, em 1963 – a <strong>de</strong>speito da <strong>de</strong>cisão do STF <strong>de</strong> <strong>de</strong>clarar a inelegibilida<strong>de</strong> dos<br />

sargentos – lançou a candidatura <strong>de</strong> um subtenente ao cargo <strong>de</strong> vereador em Curitiba, uma<br />

afronta para a oficialida<strong>de</strong> conservadora da região. 282<br />

Mas o gosto pela discussão política e o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ascen<strong>de</strong>r socialmente pelo estudo,<br />

ou “sair fora” do Exército, como diz Abdon, não era uma unanimida<strong>de</strong> no grupo dos<br />

sargentos. Acreditando ser a vida dos oficiais muito melhor que a <strong>de</strong>les, muitos sargentos<br />

queriam mesmo era permanecer no Exército como oficiais. Por isso estudavam. Os mais<br />

jovens, quando já tinham algum estudo formal, prestavam o concurso para a Escola Militar.<br />

Mas a maneira mais procurada pelos sargentos para uma ascensão social, <strong>de</strong>ntro do<br />

próprio Exército, era por intermédio do concurso da Escola <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. A procura no final dos<br />

anos <strong>de</strong> 1940 fora tanta que o Exército buscou diminuir as chances dos praças em ingressarem<br />

na Escola, limitando-lhes a ida<strong>de</strong> (somente dos subtenentes e sargentos 283 a até 38 anos <strong>de</strong><br />

178<br />

Dentistas do Exército, à época, em extinção. Foram aprovados 23 subtenentes e sargentos <strong>de</strong><br />

todas as graduações e com os mais variados tempos <strong>de</strong> serviço 285 . Aliás, os tempos <strong>de</strong> serviço<br />

militar, as graduações, datas <strong>de</strong> nascimento e <strong>de</strong> praça dos aprovados nos dizem muita coisa<br />

282 DUTRA, José Carlos. A revolução <strong>de</strong> 1964 e o movimento militar no Paraná: a visão da caserna. Rev.<br />

Sociol. Polit. [online]. 2004, n.22, pp. 195-208. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-<br />

44782004000100014; Acesso em: 26 Out 2009.<br />

283 A lei chega a omitir as outras praças, talvez pelo fato <strong>de</strong> os cabos e soldados serem vistos pela alta<br />

oficialida<strong>de</strong> como incapazes <strong>de</strong> cursarem uma universida<strong>de</strong>.<br />

284 A Lei nº 1125, <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1950, reestruturando o quadro <strong>de</strong> oficiais do serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>terminava<br />

em seu artigo 5º que “os Subtenentes e sargentos diplomados em Medicina, Farmácia e Odontologia, por<br />

escola oficial ou reconhecida, não terão ingresso nos cursos <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> oficiais da Escola <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do<br />

Exército, senão até a ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 38 anos...” [Grifo meu]. EXÉRCITO BRASILEIRO. Boletim do Exército nº<br />

24, <strong>de</strong> 17 junho <strong>de</strong> 1950, p. 1642.<br />

285 EXÉRCITO BRASILEIRO. Boletim do Exército nº 18, <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1950, p. 1.245.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!