09.01.2015 Views

Download tese - Setor de Ciências Humanas UFPR - Universidade ...

Download tese - Setor de Ciências Humanas UFPR - Universidade ...

Download tese - Setor de Ciências Humanas UFPR - Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Po<strong>de</strong>mos resumir, diante <strong>de</strong> todo esse exposto, que, apesar <strong>de</strong> haver toda uma<br />

problemática relacionada ao distanciamento crítico – problemática da qual o autor possui<br />

plena consciência e <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> sanar –, há conveniências empíricas, bastante relevantes, na<br />

situação social do autor, <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> com o objeto.<br />

Reforço o posicionamento <strong>de</strong> que o subjetivismo nas Ciências <strong>Humanas</strong>, por si só,<br />

não po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado como um violador do padrão normativo <strong>de</strong> busca por veracida<strong>de</strong>.<br />

Dadas as condições sócio-históricas dos autores, <strong>de</strong> fazerem parte <strong>de</strong>ssa mesma socieda<strong>de</strong> que<br />

pesquisam, não é possível seu total <strong>de</strong>sprendimento <strong>de</strong>la. Mesmo com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

manterem suas subjetivida<strong>de</strong>s sob rígido controle, elas inegavelmente fazem parte da própria<br />

pesquisa. Os autores sofrem a (e agem na) realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas vidas práticas. São influenciados<br />

por seus contextos históricos, pertencem a gerações e hierarquias sociais com interesses e<br />

<strong>de</strong>sejos que lhes são peculiares.<br />

Procurar a objetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um trabalho histórico, enten<strong>de</strong>ndo-a como uma proibição<br />

<strong>de</strong> se levar em conta os próprios interesses, sob a forma <strong>de</strong> carências subjetivas <strong>de</strong> orientação,<br />

conduziria a uma perda preciosa <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> questões. Para Rüsen, não há que se reprimir<br />

a subjetivida<strong>de</strong>, mas sim apren<strong>de</strong>r a or<strong>de</strong>ná-la e inseri-la, <strong>de</strong> forma compatível, com a<br />

cientificida<strong>de</strong> do conhecimento (RÜSEN, 2007 (a), pp. 38-40). Afinal, “assumir a<br />

subjetivida<strong>de</strong> é meio caminho andado para controlá-la” (CHAUVEAU, 1999, p. 29).<br />

14<br />

d. Matizes do subjetivismo<br />

Tentar <strong>de</strong>screver um pouco da história do grupo ao qual pertence implica em correr<br />

riscos relacionados à conexão construída entre o “ser” membro do grupo e o “ser” historiador,<br />

que, não por acaso, fun<strong>de</strong>m-se numa única pessoa. Risco que permanece latente quando<br />

pensamos no difícil controle do subjetivismo, apresentável nos seus mais variados matizes.<br />

Analisando o Exército, a partir da ótica <strong>de</strong> alguém que representa o papel<br />

sociofuncional <strong>de</strong> sargento, um primeiro matiz que po<strong>de</strong>ria ser constatado seria o <strong>de</strong><br />

apresentar axiologicamente, <strong>de</strong> maneira maniqueísta, a categoria dos sargentos como os<br />

representantes da bonda<strong>de</strong> natural (mocinhos ou injustiçados); e a categoria dos oficiais como<br />

ardilosos, manipuladores, senhores autocráticos e exploradores <strong>de</strong> seus inferiores sociais e<br />

tenso, sendo capaz <strong>de</strong> alienar-se emocionalmente <strong>de</strong>le. A parábola do Maelström enfatiza a inter<strong>de</strong>pendência<br />

entre o equilíbrio emocional dos indivíduos e o processo mais amplo que a envolve. ELIAS, Norbert.<br />

Envolvimento e alienação. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Bertrand Brasil, 1998, pp. 165-169.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!