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sobre os colegas. Para A<strong>de</strong>ir, o cumprimento das suas obrigações, “como os outros”, se não<br />

impedia, dificultava bastante os sargentos <strong>de</strong> quererem prosseguir seus estudos (MOREIRA,<br />

2011).<br />

Não obstante, segundo pensa A<strong>de</strong>ir, nos dias atuais,<br />

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está mais fácil. Às vezes até para manobrar no trabalho (…) até os próprios<br />

comandantes estão vendo isso aí já com uma outra... inclusive apoiando, né (…)<br />

Então, não tá tendo mais essa perseguição que houve no passado (MOREIRA,<br />

2011).<br />

O <strong>de</strong>poente reputa essa transformação não a um conjunto amplo <strong>de</strong> fatores sociais,<br />

no nível global, mas a uma causa interna ao Exército. Para A<strong>de</strong>ir, essa mudança <strong>de</strong>veu-se à<br />

abertura <strong>de</strong> uma nova oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso dos sargentos ao oficialato, com a criação do<br />

Quadro Complementar <strong>de</strong> Oficiais, em 1989. Segundo ele, passou-se a haver o temor <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>núncias aos escalões superiores, a respeito do impedimento <strong>de</strong> sargentos a frequentarem<br />

cursos universitários. Assim, “todo mundo abriu a guarda”, passando-se a haver mais<br />

“liberda<strong>de</strong> e apoio para você fazer outros cursos” (MOREIRA, 2011).<br />

e. Objetivação do controle disciplinar<br />

Outra alteração que o <strong>de</strong>poente cita, <strong>de</strong> enorme alcance, quanto à socialização dos<br />

sargentos, e <strong>de</strong> todos os militares <strong>de</strong> uma maneira geral, fora o aspecto das suas garantias<br />

individuais, baseadas na constituição fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988. Segundo ele, naquele passado recente,<br />

aqueles que acionavam o Exército, ou algum comandante, eram basicamente aqueles que<br />

haviam sido excluídos do Exército e, sentindo-se injustiçados por terem sido postos na rua,<br />

com aval <strong>de</strong> médicos militares atestando-os plenamente saudáveis, mesmo estando com<br />

problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (MOREIRA, 2011).<br />

Normalmente esses casos <strong>de</strong> exclusão davam-se após aci<strong>de</strong>ntes com esses militares,<br />

muitas vezes sofridos em atos <strong>de</strong> serviços. Ou seja, eram exclusões que iam <strong>de</strong> encontro às<br />

normas legais, legitimadas por um laudo médico, visando um nem sempre objetivável<br />

interesse do Exército. Formalmente, segundo o <strong>de</strong>poente, o comandante possuía um amparo<br />

relativo, pois<br />

quando o médico dava o laudo...aí o comandante tinha todo o apoio porque tem que<br />

obe<strong>de</strong>cer o laudo médico (…). Ele é licenciado, <strong>de</strong>pois ele corre atrás da justiça (…)<br />

Isso eu aprendi muito porque eu <strong>de</strong> Brigada ali, tinha muito processo (…). Passava

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