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expulsão sumária, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, mais 356 no Ceará. Não se tem certeza <strong>de</strong> que a<br />

agitação, ocorrida na mesma época, na Escola <strong>de</strong> Sargentos teve alguma ligação com a das<br />

escolas militares, mas os atos <strong>de</strong> indisciplina naquele mesmo ano ali resultaram na expulsão<br />

<strong>de</strong> 117 dos 245 matriculados (MCCANN, 2009, p. 80).<br />

O sentimento antirrepublicano <strong>de</strong> parte das praças do Exército (CASTRO, 2004, pp.<br />

301-313), e antiflorianista das praças da Marinha, mostrou não somente sua faceta política,<br />

mas também uma contraposição à or<strong>de</strong>m estabelecida pelos seus superiores, os oficiais. Para<br />

Celso Castro, foram três os elementos comuns que <strong>de</strong>screvem as revoltas em <strong>de</strong>fesa da<br />

Monarquia e contra a República, e que supostamente as teriam motivado. Um <strong>de</strong>les é que<br />

quase todos os revoltosos eram representados como negros ou pardos, o que não escapava da<br />

representativida<strong>de</strong> do geral das praças, pois cerca <strong>de</strong> 75% <strong>de</strong>las eram <strong>de</strong> cor negra ou parda.<br />

Atrelado a esse elemento, há o componente quase religioso da adoração daqueles homens <strong>de</strong><br />

cor pela “re<strong>de</strong>ntora” <strong>de</strong>posta no final do Império. Por fim, há também as referências aos<br />

baixos salários e aos maus tratos no interior dos quartéis (CASTRO, 2004, pp. 310-312).<br />

A República fora proclamada pelos altos oficiais (CARVALHO, 2005, p. 44), dando<br />

a eles exclusivamente as benesses da transformação do regime. A política, que pareceu<br />

exclusivista com Deodoro, ficara ainda distintiva com seu sucessor, e parcela das praças do<br />

Exército se rebelara. Sob a mão intransigente <strong>de</strong> Floriano Peixoto, o regime político tornou-se<br />

bem mais semelhante ao regime disciplinar e distintivo dos quartéis e navios. Daí, o<br />

antiflorianismo dos marinheiros, mas não somente <strong>de</strong>les, havendo, também, no Exército, tanto<br />

partidários do retorno <strong>de</strong> Deodoro ao po<strong>de</strong>r como partidários do retorno à Monarquia.<br />

As rebeliões da Marinha, em 13 e 14 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1891, que foram a causa da<br />

prisão <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> seiscentos marinheiros na Fortaleza <strong>de</strong> Santa Cruz, e <strong>de</strong>pois a li<strong>de</strong>rança do<br />

sargento Silvino, ainda estavam bem frescas na memória dos chefes <strong>de</strong> governo e da alta<br />

oficialida<strong>de</strong>, e exigiam, por parte <strong>de</strong>stes, uma resposta que evitasse outras daquelas aventuras.<br />

Ainda mais que a efervescência em outras unida<strong>de</strong>s havia sido constatada logo em seguida<br />

àquelas primeiras rebeliões.<br />

60<br />

De acordo com o inquérito realizado ficou claro que era esperada a revolta <strong>de</strong> outras<br />

unida<strong>de</strong>s da Marinha e do Exército, porém não houve a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> outros batalhões, o<br />

que fez com que esses movimentos fossem facilmente combatidos pelo governo<br />

(JÚNIOR, 2010, p. 8).<br />

Dadas as condições das praças – além <strong>de</strong> <strong>de</strong>sarticuladas, também <strong>de</strong> relativa

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