09.01.2015 Views

Download tese - Setor de Ciências Humanas UFPR - Universidade ...

Download tese - Setor de Ciências Humanas UFPR - Universidade ...

Download tese - Setor de Ciências Humanas UFPR - Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

para emprestá-las aos grupos superiores, encarregados por sua disciplina. Certamente, é uma<br />

ótica que interessa ao grupo <strong>de</strong> predomínio ser difundida. Interessaria, por consequência, ao<br />

grupo dos sargentos, que esse viés fosse reproduzido, a fim <strong>de</strong> aumentar sua reserva <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />

em relação à reserva <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r dos oficiais.<br />

Outra forma <strong>de</strong> panfletagem, á que o presente autor está sujeito, seria a <strong>de</strong><br />

transformar a narrativa da <strong>tese</strong> numa obra corroborativa do discurso oficial. Uma espécie <strong>de</strong><br />

produto <strong>de</strong> marketing institucional, formatado para ser digerido no ambiente acadêmico. Na<br />

condição <strong>de</strong> militar da ativa, dados os meus pressupostos interesses em permanecer na<br />

carreira, po<strong>de</strong>ria mostrar um Exército sem tensões, sem problemas relacionais entre seus<br />

membros e entre seus grupos.<br />

Esses são apenas alguns dos riscos, aos quais um pesquisador que tente estudar seu<br />

próprio grupo está constantemente submetido; apenas alguns dos vários espectros que o<br />

assombram, durante a sua jornada, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primeiros contatos com as fontes, até a etapa final<br />

da narrativa; riscos sempre relacionados ao problemático controle da subjetivida<strong>de</strong> do autor,<br />

que assume os riscos <strong>de</strong> suspeição, tanto pela escolha das fontes como pelo teor<br />

argumentativo <strong>de</strong> sua narrativa.<br />

17<br />

2. A LÓGICA PROCESSUAL ABERTA DAS SOCIALIZAÇÕES DOS<br />

SARGENTOS DO EXÉRCITO: ENTENDENDO O LOCUS DO OBJETO A PARTIR<br />

DE UM ESTOQUE TEÓRICO-METODOLÓGICO<br />

a. O Exército como “configuração”, e a “inter<strong>de</strong>pendência” dos grupos<br />

Os referenciais teóricos e conceituais aqui utilizados são a substância <strong>de</strong> um<br />

arcabouço teórico que, apesar <strong>de</strong> eclético, é <strong>de</strong> um ecletismo controlado e metodizado. Talvez<br />

o termo “pluralismo” corresponda melhor ao que se preten<strong>de</strong> construir com essas referências,<br />

já que pressupõe um relativo po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> sín<strong>tese</strong> do heterogêneo, que busca estabelecer com os<br />

referenciais <strong>de</strong> escolas <strong>de</strong> pensamento distintas um diálogo e uma permuta permanente. Nesse<br />

diálogo <strong>de</strong> pensamentos distintos, os ângulos <strong>de</strong> observação são outros; porém, discutem<br />

acerca do mesmo objeto: a socieda<strong>de</strong>. Apesar <strong>de</strong> divergências, que são saudáveis ao

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!