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militar no comunismo, on<strong>de</strong> não havia liberda<strong>de</strong> “<strong>de</strong> ter, <strong>de</strong> fazer o que bem enten<strong>de</strong>r, <strong>de</strong> fazer<br />

o que gosta, o que interessa” (BARRILES, 2011).<br />

A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do inimigo passou a ser construída com um reforço das rememorações<br />

da Intentona Comunista, <strong>de</strong> 1935. O discurso fundador anticomunista no Exército vinha <strong>de</strong><br />

1935. Seria natural que diante daquela suposta ameaça recente da esquerda em relação à<br />

socialização das camadas mais baixas, principalmente a dos sargentos, ela fosse retomada<br />

com vigor pela cúpula do Exército, como discurso legitimador a respeito do golpe dado. Em<br />

lembrança aos vinte e nove anos da “Insurreição Comunista <strong>de</strong> 1935”, a primeira Or<strong>de</strong>m do<br />

Dia Conjunta do governo militar referia-se em tom quase escatológico que o mundo vivia um<br />

ambiente conturbado <strong>de</strong> Guerra Revolucionária Comunista, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Bolchevismo na Rússia.<br />

E que a primeira <strong>de</strong>monstração daquela guerra no Brasil havia sido em 1935. Derrotada,<br />

porém havia mudado <strong>de</strong> tática, com a<br />

198<br />

infiltração progressiva em postos chaves, através <strong>de</strong> uma paciente doutrinação e da<br />

corrupção. Desta forma, lograram os vermelhos alcançar, em 1963 e início <strong>de</strong> 1964,<br />

uma situação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> influência, que lhes <strong>de</strong>u a ilusão <strong>de</strong> ter o po<strong>de</strong>r em suas<br />

mãos. Foram, entretanto, <strong>de</strong>rrotados pelas forças vivas da Pátria. Mas, sua ativida<strong>de</strong><br />

subversiva não cessou: agora, se reveste da forma <strong>de</strong> guerra psicológica, que visa a<br />

<strong>de</strong>smoralizar a obra restauradora <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> março e a comprometer o atual Governo<br />

perante a opinião pública. Portanto, o comunismo, seja qual for a forma por que se<br />

apresente, é contrário aos legítimos interesses nacionais. Eis porque, nas situações<br />

<strong>de</strong> crise, como as <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1935 e <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1964, ou face à atuação<br />

nefasta <strong>de</strong> seus a<strong>de</strong>ptos, o Povo Brasileiro encontrará, sempre, suas Forças Armadas<br />

unidas e vigilantes. 307<br />

A or<strong>de</strong>m do dia constrói uma imagem <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> e imbricação entre o<br />

Bolchevismo russo, o movimento comunista <strong>de</strong> 1935 e os fatos que antece<strong>de</strong>ram ao golpe. E<br />

constrói a imagem dos comunistas brasileiros – cujas táticas passaram a ser a corrupção e a<br />

doutrinação – como influentes no governo anterior, <strong>de</strong>posto pelo ato salvacionista do<br />

Exército. Comunistas ardilosos que mudam <strong>de</strong> forma e <strong>de</strong> tática, a fim <strong>de</strong> conseguirem seu<br />

intento <strong>de</strong> tomada do po<strong>de</strong>r. Depois da “Revolução”, eles teriam vindo sob forma <strong>de</strong> guerra<br />

psicológica. Mas seja sob qual forma, os comunistas encontrariam vigilantes as suas Forças<br />

Armadas. E unidas!<br />

O reforço <strong>de</strong>sse aspecto, nas locuções daquele ano e dos seguintes, foi sobejamente<br />

nato. Para ele, a tropa seria composta apenas dos cabos e soldados. Assim, os sargentos seriam uma categoria<br />

específica entre a tropa e os oficiais, muito mais próximos <strong>de</strong>stes do que daqueles. Ver entrevista <strong>de</strong> Adão<br />

Válter Barriles. BARRILES, 2011.<br />

307 EXÉRCITO BRASILEIRO. Boletim do Exército nº 50, <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1964, p. 7.

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