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80).<br />

63<br />

Essa fora a primeira medida sólida <strong>de</strong> profissionalização dos sargentos, que<br />

<strong>de</strong>saguou, tempos <strong>de</strong>pois – muito possivelmente em resposta às reivindicações propostas pela<br />

chamada Revolta dos Sargentos, em 1915 – com a criação da Escola <strong>de</strong> Sargentos <strong>de</strong><br />

Infantaria, em 1916.<br />

f. A República dos sargentos (): as Revoltas dos sargentos (1915-1916)<br />

Entre 1915 e 1916, houve a chamada Revolta dos Sargentos, ocorrida em três fases,<br />

basicamente centralizadas na guarnição do Rio <strong>de</strong> Janeiro. Vindos das classes subalternas, os<br />

sargentos, insatisfeitos socialmente, i<strong>de</strong>ntificavam-se com as reivindicações e o discurso do<br />

operariado. Alguns políticos tomaram partido das insatisfações dos sargentos e construíram<br />

com elas uma relação entre o discurso crítico e transformador, proposto pela esquerda, aos<br />

operários urbanos. Nessas manifestações, os oficiais eram equiparados aos patrões, que<br />

exploravam, e os sargentos eram assemelhados aos operários, os explorados. 82 Era uma<br />

interpretação canhestra, já que, apesar dos sargentos muito se i<strong>de</strong>ntificarem socialmente com<br />

os soldados e se consi<strong>de</strong>rarem seus naturais <strong>de</strong>fensores, pela proximida<strong>de</strong> hierárquica, eles<br />

também po<strong>de</strong>riam ser consi<strong>de</strong>rados, nessa mesma ótica, patrões dos cabos e soldados. As<br />

reivindicações dos sargentos limitavam-se à sua realida<strong>de</strong> apenas.<br />

Oriunda das organizações operárias anteriores à República, que tinham o caráter<br />

muito mais beneficente do que reivindicatório, fundou-se, em 1908, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, a<br />

Confe<strong>de</strong>ração Operária Brasileira (COB). Nela cerca <strong>de</strong> 50 categorias profissionais se<br />

representavam para uma luta em conjunto. É bem certo que somente uma pequena parcela dos<br />

500 mil operários era sindicalizada e alguns tinham vergonha <strong>de</strong> utilizarem para si o termo<br />

operário, preferindo o termo “artista” (BASBAUM, 1968, pp. 206-207).<br />

No Exército havia unida<strong>de</strong>s especializadas no fabrico e no reparo <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados<br />

equipamentos bélicos; e os soldados, cabos e sargentos tinham funções semelhantes aos<br />

artífices ou “artistas” civis. Mas os atos reivindicatórios, ocorridos entre 1915 e 1916, não<br />

passavam da tentativa <strong>de</strong> satisfação dos <strong>de</strong>sejos especificamente dos sargentos.<br />

82<br />

A i<strong>de</strong>ntificação não seria esdrúxula, já que, até pelo menos nos anos <strong>de</strong> 1950, havia no Exército um Quadro<br />

<strong>de</strong> Operários Militares (QOM). Exército Brasileiro. 5ª Região Militar / 5ª Divisão <strong>de</strong> Infantaria. Boletim<br />

Regional nº 57, <strong>de</strong> 08 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1947, p.469; Boletim Regional da nº 68, <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1947, p.550.

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