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lados passaram a ser potencialmente reguladas, aten<strong>de</strong>ndo a critérios objetivos, por<br />

intermédio <strong>de</strong> um campo <strong>de</strong> forças externo à instituição, relativamente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>la: o 3º<br />

Po<strong>de</strong>r, o Judiciário. 382 Tal fato parece indicar que, apesar das poucas garantias empíricas <strong>de</strong><br />

avanço nesse sentido, ainda que <strong>de</strong> maneira embrionária, o tradicional mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> socialização<br />

militar, que abria consi<strong>de</strong>rável espaço às <strong>de</strong>cisões subjetivas, autocráticas e dogmáticas <strong>de</strong><br />

indivíduos hierarquicamente superiores, esteja ten<strong>de</strong>ndo a dar lugar a um mo<strong>de</strong>lo no qual<br />

predomina a mo<strong>de</strong>ração das pulsões subjetivas por aspectos objetivos <strong>de</strong> normatização legal.<br />

Os dois mo<strong>de</strong>los, em franca concorrência, têm tendido a uma convivência <strong>de</strong> tenso e<br />

inconstante equilíbrio entre suas forças, ora pen<strong>de</strong>ndo para os “estabelecidos”, com muito<br />

mais po<strong>de</strong>r, ora pen<strong>de</strong>ndo para os “outsi<strong>de</strong>rs”, menos po<strong>de</strong>rosos.<br />

307<br />

2. O DUELISTA: ENTREVISTADO Nº 6 383 , SARGENTO DE 1993.<br />

a. A luta social e a arte marcial: caminhos para a carreira das armas<br />

Filho <strong>de</strong> policial ferroviário aposentado e mãe auxiliar administrativa, o <strong>de</strong>poente<br />

nasceu no Rio <strong>de</strong> Janeiro em 14 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1973. De origem familiar humil<strong>de</strong>, cresceu na<br />

periferia da capital carioca, sendo que nos seus oito primeiros anos <strong>de</strong> vida, foi “criado <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> uma favela” (Entrevista nº 6). Foi para a escola com 5 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e a partir <strong>de</strong> então a<br />

violência tornou-se rotina em seu olhar e sensibilida<strong>de</strong> infantis. Recorda-se que quando viu a<br />

primeira pessoa morta por tiros, não tinha mais que seis anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

A violência das ruas contrastava-se com a segurança que sentia em seu ambiente<br />

familiar. Mas sua mãe pressionara seu pai para saírem daquele local, e com oito anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />

mudou-se para o Bairro <strong>de</strong> Santa Cruz, também periférico, porém, consi<strong>de</strong>rado mais<br />

em relação aos sargentos, quando afirma que, para separá-los, o general iria transferi-los um para o Rio<br />

Gran<strong>de</strong> do Sul e o outro para o Rio <strong>de</strong> Janeiro, lugar em que moraria em uma favela. Disponível em:<br />

http://acapa.virgula.uol.com.br/politica/em-gravacao-general-faz-<strong>de</strong>claracao-homofobica-a-casal-gay-doexercito/2/14/15586;<br />

http://www.youtube.com/watchv=78Z_a4_X_gA; Acesso em: 13 Fev 2012.<br />

382 É forçoso lembrar que o chamado 4º Po<strong>de</strong>r, ou seja, a imprensa tem tido também consi<strong>de</strong>rável participação<br />

nessa regulação forçada <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res subjetivos, que gravitam nas relações hierárquicas do Exército.<br />

383 O <strong>de</strong>poente solicitou sigilo, tendo em vista estar ainda na ativa e sujeito a graves sanções disciplinares, por<br />

conta <strong>de</strong> opiniões pessoais, a respeito <strong>de</strong> fatos relacionados ao Exército e pessoas que, <strong>de</strong> uma maneira ou <strong>de</strong><br />

outra, o representa.

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