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sargentos, à luz do Regulamento Disciplinar. Segundo Barriles, não se via bolinho <strong>de</strong> oficial<br />

conversando. Nem sargento, né! Todo mundo tinha que tá andando pra lá e pra cá”<br />

(BARRILES, 2011).<br />

Um estilo <strong>de</strong> comando que buscava um a<strong>de</strong>nsamento i<strong>de</strong>ntitário <strong>de</strong> seus<br />

subordinados, ten<strong>de</strong>ndo induzir sua tropa a uma ativida<strong>de</strong> militar reduzindo seu tempo para<br />

sociabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>scontroladas. Parece ter surtido o efeito <strong>de</strong>sejado, pois Barriles crê<br />

particularmente que “o espírito <strong>de</strong> tropa... da Revolução...era uma coisa muito cobrado! Os<br />

oficiais cobravam dos sargentos. Sargentos eram para cobrar dos soldados. Tudo tinha que ser<br />

muito rigoroso, né. Existia...mais hierarquia naquela época. Mais hierarquia” (BARRILES,<br />

2011).<br />

O a<strong>de</strong>nsamento i<strong>de</strong>ntitário fora reforçado nas mínimas coisas, incluindo nos<br />

momentos da refeição, importante oportunida<strong>de</strong> em que po<strong>de</strong> ser reforçado o espírito <strong>de</strong><br />

corpo da tropa e, ao mesmo tempo, suas distinções hierárquicas, já que a comida normalmente<br />

servida, continha melhorias, à medida que os círculos hierárquicos do público alvo crescesse.<br />

Para Barriles, “Antes da Revolução, quem queria <strong>de</strong>sarranchar, <strong>de</strong>sarranchava e ganhava uma<br />

diferençazinha a mais. Mas não comia no quartel, mesmo <strong>de</strong> serviço tinha que trazer uma<br />

marmita <strong>de</strong> casa!” (BARRILES, 2011).<br />

Após o Golpe <strong>de</strong> 1964 essa flexibilida<strong>de</strong> do auxílio alimentação <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> existir.<br />

Quem não quisesse comer no quartel não era obrigado, mas, para comer, era obrigado a dar<br />

seu nome para a refeição, sendo “bem controlada a marcação” (BARRILES, 2011).<br />

Segundo observação <strong>de</strong> Barriles, o Golpe fora também um ponto <strong>de</strong> inflexão até<br />

mesmo para a qualida<strong>de</strong> da alimentação. A sua percepção é a <strong>de</strong> que a comida, “mesmo a do<br />

soldado” havia melhorado, pois “as primeiras comidas que nós tivemos, era feia a coisa”.<br />

Além <strong>de</strong> pouca varieda<strong>de</strong>, “era bem racionada”, a ponto <strong>de</strong> alguns preferirem levar suas<br />

marmitas <strong>de</strong> casa (BARRILES, 2011).<br />

Tudo isso porque, ainda segundo Barriles, <strong>de</strong>pois do Golpe, havia mais verbas para<br />

as unida<strong>de</strong>s adquirirem boa alimentação. Em sua unida<strong>de</strong>,<br />

193<br />

no dia que não tivesse expediente à tar<strong>de</strong>, no almoço tinha vinho, tinha cerveja!<br />

Quando havia uma competição <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>...era uma festa! Mas uma festa! Era bem<br />

regado a vinho, cerveja, churrasco! Comida boa! De primeira...É que com o governo<br />

militar, chegou verba. Tinha verba pra tudo! (BARRILES, 2011).<br />

Em período anterior a 1964, reclamava um subtenente conhecido seu, encarregado <strong>de</strong>

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