09.01.2015 Views

Download tese - Setor de Ciências Humanas UFPR - Universidade ...

Download tese - Setor de Ciências Humanas UFPR - Universidade ...

Download tese - Setor de Ciências Humanas UFPR - Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Celso Castro, pois está <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma or<strong>de</strong>m semelhante às percepções dos ca<strong>de</strong>tes. A<br />

diferença são os referenciais empregados. Enquanto os referenciais utilizados pelo sargento<br />

técnico, formado na EsIE, foram todas as qualificações técnicas, incluindo a Saú<strong>de</strong>, os<br />

referenciais utilizados pelos ca<strong>de</strong>tes da AMAN foram as armas combatentes. No nível dos<br />

oficiais, os que ocupam as vagas da área <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> são os médicos, <strong>de</strong>ntistas, farmacêuticos,<br />

fisioterapeutas, etc, e a porta <strong>de</strong> entrada para uma carreira se dá por concurso para a Escola <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong>. Não há a formação <strong>de</strong> oficiais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> na AMAN; portanto, na conformação do<br />

universo dos ca<strong>de</strong>tes, essa especialida<strong>de</strong> não é um referencial válido; logo, <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> passar<br />

pelo crivo categorizador daqueles socializados. Se houvesse, po<strong>de</strong> ser lícito crer que essa<br />

especialida<strong>de</strong> disputaria, com a Intendência e o Material Bélico, o rótulo pejorativo <strong>de</strong> “civis<br />

<strong>de</strong> farda”, assim como fica claro na fala do sargento.<br />

De qualquer modo, mesmo tendo nota suficiente para escolher a Saú<strong>de</strong>, o nosso<br />

<strong>de</strong>poente se afastou do rótulo que ela trazia e fez a opção pelo Material Bélico, Mecânico <strong>de</strong><br />

Viatura. Pelo menos essa especialida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>ria lhe ren<strong>de</strong>r melhores possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> servir<br />

em qualquer parte do país, apesar <strong>de</strong> sua intenção inicial ter sido a <strong>de</strong> manter o propósito <strong>de</strong><br />

continuar morando no Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

No entanto, esta pareceu ser intenção da maioria <strong>de</strong> seus conterrâneos que<br />

escolheram a especialida<strong>de</strong>. Segundo estimativas pelo <strong>de</strong>poente,<br />

313<br />

mais <strong>de</strong> 60%, ou alguma coisa próxima a isso, eram cariocas que queriam<br />

permanecer no Rio <strong>de</strong> Janeiro. Então, as vagas para o Rio <strong>de</strong> Janeiro foram<br />

disputadas a ferro e fogo pelos cariocas (Entrevista nº 6).<br />

Naquele ano, segundo ele, abriram 11 vagas para a capital fluminense. Dessas, “5 ou<br />

6 eram as que nós chamávamos <strong>de</strong> boca boa”, que seriam as unida<strong>de</strong>s que não eram <strong>de</strong> arma,<br />

ou pelo menos <strong>de</strong> armas “menos militares”; as outras eram unida<strong>de</strong>s que no linguajar militar<br />

eram “pouco piruadas”, como os batalhões <strong>de</strong> Infantaria ou os grupos <strong>de</strong> Artilharia. Havia,<br />

também, algumas vagas para a Aca<strong>de</strong>mia Militar, em Resen<strong>de</strong>, relativamente próxima à sua<br />

casa. Contudo, o “pessoal mais antigo” também esclarecera que não seria “um lugar muito<br />

tranquilo <strong>de</strong> se servir” (Entrevista nº 6). Dos 100 colegas da turma, ficara na 30ª posição e ao<br />

chegar sua vez <strong>de</strong> escolha, influenciado por amigos – principalmente um, que também era<br />

carioca e que escolhera o mesmo local – preferiu uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Artilharia, em Olinda,<br />

Pernambuco. Deixa subentendido que a cida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> iria morar compensaria a unida<strong>de</strong>, pois,<br />

afirma o <strong>de</strong>poente que, apesar <strong>de</strong> ser uma unida<strong>de</strong> operacional, “todos falavam que a cida<strong>de</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!