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A falta <strong>de</strong> exercícios práticos por certo que capitaneou as instruções militares<br />

daqueles jovens alunos da escola <strong>de</strong> sargentos. Como dito, fora uma escola pensada não no<br />

sentido técnico-profissional <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> sargentos, mas <strong>de</strong> mera “educação e instrução<br />

militar <strong>de</strong> menores” 64 . Com programas eminentemente teóricos, a consequente majoração do<br />

tempo <strong>de</strong> frequência nas escolas foi um dos principais problemas constatados durante os anos<br />

<strong>de</strong> 1890 e 1897. Foi um problema porque retardava o acesso dos alunos, privando-os da<br />

prestação <strong>de</strong> serviços nas fileiras.<br />

No ano em que findou a Guerra <strong>de</strong> Canudos, o Exército não necessitava <strong>de</strong> sargentos<br />

com conhecimentos muito superiores aos necessários à execução das or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> seus tenentes<br />

e capitães e ao comando grosseiro e violento <strong>de</strong> soldados analfabetos. Se o excesso <strong>de</strong> teoria<br />

era abominado, por parcela da alta oficialida<strong>de</strong>, no nível da formação dos futuros oficiais –<br />

os pensadores da instituição – no nível da formação dos sargentos, qualquer verniz teórico<br />

seria já consi<strong>de</strong>rado excessivo.<br />

Outro fator que po<strong>de</strong> ter trazido um sentido bastante negativo a uma parte da<br />

oficialida<strong>de</strong>, diante da criação e existência <strong>de</strong> uma escola <strong>de</strong> sargentos, foi o momento<br />

político da época. Uma provável influência da turbulência política, junto ao corpo discente da<br />

escola mostrar-se-ia um fator <strong>de</strong>cisivo para seu fechamento. Nenhuma das escolas militares<br />

permaneceu imune ao sopro sedicioso do período pós-republicano, que se esten<strong>de</strong>u até<br />

praticamente a Revolução <strong>de</strong> 1930. No ano <strong>de</strong> 1897, houvera rebeliões nas Escolas Militares<br />

do Rio e <strong>de</strong> Fortaleza, que levaram à expulsão <strong>de</strong> inúmeros <strong>de</strong> seus alunos. Essas rebeliões<br />

parecem ter soltado estilhaços <strong>de</strong> <strong>de</strong>sobediência, também, na escola <strong>de</strong> sargentos. Comandava<br />

a escola, em 1896, o Tenente Coronel Manoel Ferreira das Neves Júnior e, em 1897, bem<br />

possivelmente por conta da rebeldia <strong>de</strong> quase meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus alunos, foi exonerado. O ano <strong>de</strong><br />

1897 terminou sob o comando interino do Major João Teixeira Maia.<br />

Nesse ano, o último da curta existência da escola <strong>de</strong> sargentos, frequentaram 245<br />

alunos, sendo <strong>de</strong>sligados 117 por aqueles “actos <strong>de</strong> indisciplina” 65 . Oitenta e seis foram<br />

transferidos para os corpos <strong>de</strong> tropa, “por já terem a ida<strong>de</strong> regulamentar” 66 ; 1 faleceu e 30<br />

foram <strong>de</strong>sligados por “motivos diversos”. Dos 128 alunos que ainda existiam, 98 menores <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong> foram restituídos às suas famílias ou tutores. Terminaram o ano apenas 15 maiores <strong>de</strong><br />

53<br />

64<br />

65<br />

66<br />

I<strong>de</strong>m.<br />

Possivelmente existindo alguma ligação com o movimento rebel<strong>de</strong> <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>ira florianista ocorrido na Escola<br />

Militar no mesmo ano (MCCANN, 2009, p. 80).<br />

Os voluntários po<strong>de</strong>riam ingressar no Exército ao completarem 17 anos; contudo, a maioria ingressava com<br />

cerca <strong>de</strong> 21 anos, maiorida<strong>de</strong> na época.

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