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oficiais que assessoravam os comandantes.<br />

Essa é uma aproximação que não parece apresentar-se como uma tendência geral,<br />

contudo não incomum, apesar das aparentes contradições a ela inerentes, se levarmos em<br />

consi<strong>de</strong>ração toda uma cultura <strong>de</strong> distanciamento, já sedimentada, entre os oficiais<br />

“estabelecidos” e os sargentos “outsi<strong>de</strong>rs”.<br />

A criação da Escola <strong>de</strong> Aperfeiçoamento <strong>de</strong> Sargentos das Armas (EASA), em 1993,<br />

e a utilização, naquela escola, <strong>de</strong> sargentos com o curso <strong>de</strong> Sergeant Major, realizado nos<br />

Estados Unidos, parecem indicar um vetor, ainda muito débil, <strong>de</strong> aproximação entre os<br />

oficiais e sargentos. A criação da Escola <strong>de</strong> Sargentos <strong>de</strong> Logística, em 2010, e o emprego <strong>de</strong><br />

sargentos com o curso <strong>de</strong> Major, <strong>de</strong>ntro do mesmo mo<strong>de</strong>lo disciplinar iniciado pela EASA,<br />

pareceram, também, contribuir para reforçar esse vetor <strong>de</strong> mutação relacional.<br />

Não há quaisquer razões para hipotetizarmos uma completa transmutação, para o<br />

Exército Brasileiro, do mo<strong>de</strong>lo cana<strong>de</strong>nse 375 ou estaduni<strong>de</strong>nse – on<strong>de</strong> o grupo dos sargentos<br />

possui uma reserva <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r não muito menor que a dos oficiais, tendo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> há muito, uma<br />

forte tradição <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança e uma relativa autonomia profissional, sendo consi<strong>de</strong>rados pelo<br />

discurso oficial a espinha dorsal do Exército. 376<br />

Contudo, a atitu<strong>de</strong>, vinda a partir <strong>de</strong> uma camada da alta oficialida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> permitir<br />

que alguns sargentos brasileiros 377 fossem aos Estados Unidos e realizassem o curso <strong>de</strong><br />

sergeant major, no Exército daquele país, <strong>de</strong>pois aplicarem seus saberes <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança e<br />

comando <strong>de</strong> tropa no Exército Brasileiro, e, ainda, <strong>de</strong>sempenharem, ainda que com muitas<br />

restrições, funções que, nos Estados Unidos, são <strong>de</strong>sempenhadas por sargentos, mas que no<br />

Brasil são culturalmente <strong>de</strong>sempenhadas por capitães ou majores, parecem ser um indício,<br />

pelo menos, <strong>de</strong> intenção <strong>de</strong> mudanças nas regras do jogo relacional <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res entre oficiais e<br />

sargentos.<br />

Po<strong>de</strong>mos afirmar que tem havido um sentido <strong>de</strong> mutação nas relações entre os<br />

303<br />

375 ENGLISH, Allan D. Un<strong>de</strong>rstanding military culture: a canadian perspeactive. Montreal & Kingston:<br />

MGills-Queen´s University Press, 2004. Ver também: BLAND, Douglas L. Backbone of the Army: Noncommissioned<br />

Officers in the Future Army. Montreal & Kingston: MGills-Queen´s University Press,<br />

2000.<br />

376 Ver simulação produzida pelo Center for the Army profession na Ethic, do Exército Estaduni<strong>de</strong>nse.<br />

Disponível em: http://cape.army.mil/Virtual%20Simulators/backbone.php; Acesso em: 5 Set 2011. Ver artigo<br />

do Sergeant Major aposentado Mighel Buddle, publicado no portal do Exército estaduni<strong>de</strong>nse: NCOs are<br />

‘backbone’ of the Army. Disponível em: http://www.army.mil/article/19700/ncos-are-backbone-of-thearmy/;<br />

Acesso em 5 Set 2011.<br />

377 O número total <strong>de</strong> militares brasileiros da ativa que fizeram o curso é <strong>de</strong> somente 13. Desses, 6 já são oficiais<br />

do QAO, dois subtenentes e cinco ainda são 1º sargentos.

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