05.05.2017 Views

2 - TARTUCE, Flávio. Direito Civil - Vol. 01 - Lei de Introdução a Parte Geral (2017)

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

estabelecer o acórdão especialmente recorrido” (Embargos <strong>de</strong> Divergência no<br />

conseguinte,<br />

Regimental no Recurso Especial 1.306.553/SC).<br />

Agravo<br />

suma, passou-se a enten<strong>de</strong>r, naquela Corte Superior e <strong>de</strong> forma consolidada, que a<br />

Em<br />

da personalida<strong>de</strong> jurídica, pela teoria maior, exige dolo ou culpa do sócio ou<br />

<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ração<br />

Essa posição, com o <strong>de</strong>vido respeito, não conta com o apoio <strong>de</strong>ste autor, pois<br />

administrador.<br />

filiados à incidência do art. 187 do Código <strong>Civil</strong> em casos tais, e da correspon<strong>de</strong>nte<br />

somos<br />

objetiva que <strong>de</strong>corre <strong>de</strong>ste dispositivo.<br />

responsabilida<strong>de</strong><br />

da IV Jornada <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Civil</strong>, dispõe o Enunciado n. 284 do CJF/STJ que “As<br />

Também<br />

jurídicas <strong>de</strong> direito privado sem fins lucrativos ou <strong>de</strong> fins não econômicos estão<br />

pessoas<br />

no conceito <strong>de</strong> abuso da personalida<strong>de</strong> jurídica”. Ao contrário do anterior, esse<br />

abrangidas<br />

está <strong>de</strong> acordo com o entendimento jurispru<strong>de</strong>ncial que, por exemplo, admite a<br />

enunciado<br />

da personalida<strong>de</strong> jurídica em face <strong>de</strong> uma associação (TJSP, Agravo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ração<br />

0041716-56.2<strong>01</strong>3.8.26.0000, Acórdão 6878403; Itanhaém, Sexta Câmara <strong>de</strong> <strong>Direito</strong><br />

Instrumento<br />

Rel. Des. Eduardo Sá Pinto San<strong>de</strong>ville, j. 25.07.2<strong>01</strong>3, DJESP 06.08.2<strong>01</strong>3; TJMG, Agravo<br />

Privado,<br />

Instrumento 1.0024.09.667780-2/0<strong>01</strong>, Rel. Des. Duarte <strong>de</strong> Paula, j. 04.07.2<strong>01</strong>3, DJEMG<br />

<strong>de</strong><br />

e Tribunal <strong>de</strong> Alçada do Paraná, Agravo <strong>de</strong> Instrumento 0285267-3, Curitiba, Ac.:<br />

10.07.2<strong>01</strong>3;<br />

Décima Quinta Câmara Cível, Desa. Anny Mary Kuss, j. 19.04.2005, public.: 06.05.2005).<br />

238202,<br />

mesmo evento, foi aprovado o Enunciado n. 285 do CJF/STJ, prescrevendo que a<br />

No<br />

prevista no art. 50 do Código <strong>Civil</strong>, po<strong>de</strong> ser invocada pela pessoa jurídica em<br />

<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ração,<br />

favor. Como não po<strong>de</strong>ria ser diferente, po<strong>de</strong> uma empresa credora também fazer uso do<br />

seu<br />

contra uma empresa <strong>de</strong>vedora, presentes os requisitos do art. 50 da codificação privada.<br />

instituto<br />

mesmo enunciado doutrinário, po<strong>de</strong> a própria pessoa jurídica pleitear a sua<br />

Pelo<br />

<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ração.<br />

esteira da última conclusão, e como consequência natural <strong>de</strong>ssa ementa doutrinária,<br />

Na<br />

do Superior Tribunal <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong>duziu que “a pessoa jurídica tem legitimida<strong>de</strong> para<br />

acórdão<br />

<strong>de</strong>cisão interlocutória que <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra sua personalida<strong>de</strong> para alcançar o patrimônio<br />

impugnar<br />

seus sócios ou administradores, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o faça com o intuito <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a sua regular<br />

<strong>de</strong><br />

e autonomia – isto é, a proteção da sua personalida<strong>de</strong> –, sem se imiscuir<br />

administração<br />

na esfera <strong>de</strong> direitos dos sócios ou administradores incluídos no polo passivo por<br />

in<strong>de</strong>vidamente<br />

da <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ração. (…). Por isso, inclusive, segundo o Enunciado n. 285 da IV Jornada <strong>de</strong><br />

força<br />

<strong>Civil</strong>, ‘a teoria da <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ração, prevista no art. 50 do Código <strong>Civil</strong>, po<strong>de</strong> ser invocada<br />

<strong>Direito</strong><br />

pessoa jurídica em seu favor’. Nesse compasso, tanto o interesse na <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ração ou na<br />

pela<br />

do véu protetor, po<strong>de</strong>m partir da própria pessoa jurídica, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que, à luz dos<br />

manutenção<br />

autorizadores da medida excepcional, esta seja capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar a pertinência <strong>de</strong><br />

requisitos<br />

intuito, o qual <strong>de</strong>ve sempre estar relacionado à afirmação <strong>de</strong> sua autonomia, vale dizer, à<br />

seu<br />

<strong>de</strong> sua personalida<strong>de</strong>” (STJ, REsp 1.421.464/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, j.<br />

proteção<br />

publicado no seu Informativo n. 544).<br />

24.04.2<strong>01</strong>4,<br />

encerrar a abordagem da <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ração da personalida<strong>de</strong> jurídica, e com o intuito <strong>de</strong><br />

A<br />

a obra, <strong>de</strong>ve ser comentado o inci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ração da personalida<strong>de</strong> jurídica,<br />

atualizar<br />

incluído no Novo Código <strong>de</strong> Processo <strong>Civil</strong>, entre os seus arts. 133 a 137.<br />

corretamente<br />

é notório, o inci<strong>de</strong>nte recebeu um título próprio no Capítulo IV do Título III, que<br />

Como<br />

da intervenção <strong>de</strong> terceiros no processo, sem prejuízo <strong>de</strong> outros dispositivos, que aqui serão<br />

trata<br />

<strong>Direito</strong> <strong>Civil</strong> - <strong>Vol</strong>. I

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!