05.05.2017 Views

2 - TARTUCE, Flávio. Direito Civil - Vol. 01 - Lei de Introdução a Parte Geral (2017)

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

e procedimentos <strong>de</strong>correntes do seu reconhecimento.<br />

efeitos<br />

quando há nulida<strong>de</strong> absoluta, <strong>de</strong>ve ser proposta uma ação <strong>de</strong>claratória <strong>de</strong><br />

Inicialmente,<br />

que seguia, regra geral, o rito ordinário (CPC/1973); correspon<strong>de</strong>nte ao atual<br />

nulida<strong>de</strong><br />

comum (CPC/2<strong>01</strong>5).<br />

procedimento<br />

ação, diante <strong>de</strong> sua natureza predominantemente <strong>de</strong>claratória, é imprescritível, ou<br />

Essa<br />

tecnicamente, não está sujeita a prescrição ou <strong>de</strong>cadência. A imprescritibilida<strong>de</strong> ainda<br />

melhor,<br />

justificada porque a nulida<strong>de</strong> absoluta envolve preceitos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m pública, impedindo,<br />

está<br />

que o ato convalesça pelo <strong>de</strong>curso do tempo (art. 169 do CC).<br />

consequentemente,<br />

forma, acreditamos que, com a emergência do Código <strong>Civil</strong> <strong>de</strong> 2002, não cabe mais a<br />

Dessa<br />

da prescritibilida<strong>de</strong> em vinte anos (agora, <strong>de</strong>z anos – art. 205 do CC), da referida ação<br />

alegação<br />

nulida<strong>de</strong>, tese que não po<strong>de</strong> mais prosperar. Em reforço e oportunamente, será <strong>de</strong>monstrado<br />

<strong>de</strong><br />

quanto à matéria <strong>de</strong> prescrição e <strong>de</strong>cadência, adotou a nova codificação os critérios<br />

que,<br />

propostos por Agnelo <strong>de</strong> Amorim Filho, que relaciona a imprescritibilida<strong>de</strong> às ações<br />

científicos<br />

(RT 300/7 e 744/725).<br />

<strong>de</strong>claratórias<br />

toda sorte, cabe <strong>de</strong>ixar claro que a questão não é pacífica, na doutrina e na<br />

De<br />

sendo pertinente expor as correntes principais a respeito da controvérsia.<br />

jurisprudência,<br />

início, adotando a premissa da imprescritibilida<strong>de</strong> seguida por este autor, leciona Álvaro<br />

De<br />

Azevedo que “a ação <strong>de</strong> nulida<strong>de</strong>, a seu turno, é imprescritível” (Teoria…, 2<strong>01</strong>2, p. 350).<br />

Villaça<br />

Sílvio <strong>de</strong> Salvo Venosa, o art. 169 da atual codificação encerrou polêmica anterior, “para<br />

Segundo<br />

com a divergência na doutrina, o presente Código é expresso em relação à<br />

extinguir<br />

do negócio jurídico” (Código <strong>Civil</strong> interpretado. São Paulo: Atlas, 2<strong>01</strong>0, p.<br />

imprescritibilida<strong>de</strong><br />

191).<br />

mesma linha, Jones Figueirêdo Alves e Mário Luiz Delgado pon<strong>de</strong>ram que “esclarece o<br />

Na<br />

que o negócio nulo ipso iure não po<strong>de</strong> ser confirmado e que o direito <strong>de</strong> postular a<br />

legislador<br />

<strong>de</strong> sua nulida<strong>de</strong> não se sujeita à <strong>de</strong>cadência” (Código…, 2005, p. 108). Por fim, as<br />

<strong>de</strong>claração<br />

<strong>de</strong> Cristiano Chaves <strong>de</strong> Farias e Nelson Rosenvald, para quem, “percebe-se, assim, em<br />

palavras<br />

pese antigas divergências doutrinárias, que o ato nulo não prescreve” (Curso…, 2<strong>01</strong>2, p. 612.<br />

que<br />

1). v.<br />

jurisprudência superior já se reconhecia, antes mesmo do Código <strong>Civil</strong> <strong>de</strong> 2002, que “a<br />

Na<br />

<strong>de</strong> consentimento ou outorga uxória em <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> imóvel<br />

ausência<br />

ao patrimônio do casal é ato jurídico absolutamente nulo e, por isso, imprescritível,<br />

pertencente<br />

sua nulida<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>clarada a qualquer tempo, além <strong>de</strong> não produzir qualquer efeito<br />

po<strong>de</strong>ndo<br />

Inaplicabilida<strong>de</strong> à espécie dos arts. 177 e 178 do Código <strong>Civil</strong>. Prece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>sta Corte”<br />

jurídico.<br />

REsp 38.549/SP, Rel. Min. Antônio <strong>de</strong> Pádua Ribeiro, Terceira Turma, j. 08.06.2000, DJ<br />

(STJ,<br />

p. 70). Ou, ainda, posicionava-se que: “as nulida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pleno direito invalidam o<br />

28.08.2000,<br />

(<strong>Lei</strong> 6.<strong>01</strong>5/1973, art. 214). Princípio da continuida<strong>de</strong>. Segundo boa parte da doutrina, a<br />

registro<br />

além <strong>de</strong> insanável, é imprescritível. Conforme prece<strong>de</strong>nte da 3.ª Turma do STJ,<br />

nulida<strong>de</strong>,<br />

provado que a escritura <strong>de</strong> compra e venda for forjada, o ato é tido como nulo e não<br />

‘Resultando<br />

pela prescrição’ (REsp.12.511, DJ <strong>de</strong> 04.11.1991)” (STJ, REsp 89.768/RS, Rel. Min.<br />

convalesce<br />

Naves, Terceira Turma, j. 04.03.1999, DJ 21.06.1999, p. 149).<br />

Nilson<br />

<strong>Direito</strong> <strong>Civil</strong> - <strong>Vol</strong>. I<br />

Os acórdãos mais recentes da Corte Superior não discrepam <strong>de</strong> tal solução. Vejamos ementa

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!