05.05.2017 Views

2 - TARTUCE, Flávio. Direito Civil - Vol. 01 - Lei de Introdução a Parte Geral (2017)

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

2. Aplicação do art. 157, § 2.º, do CC para o estado <strong>de</strong> perigo (art. 156 do CC). Nesse caso,<br />

Hipótese<br />

aplicação da analogia, pois o comando legal em questão está sendo aplicado a outro instituto jurídico<br />

haverá<br />

Nesse sentido, dispõe o Enunciado n. 148 do CJF/STJ, da III Jornada <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Civil</strong>, que: “Ao<br />

(integração).<br />

<strong>de</strong> perigo’ (art. 156) aplica-se, por analogia, o disposto no § 2.º do art. 157”.<br />

‘estado<br />

vezes, porém, po<strong>de</strong>m existir confusões, não havendo fórmula mágica para apontar se<br />

Muitas<br />

<strong>de</strong>terminada situação envolve a aplicação da analogia ou da interpretação extensiva,<br />

uma<br />

Os costumes B)<br />

os primórdios do direito, os costumes <strong>de</strong>sfrutam <strong>de</strong> larga projeção jurídica. Como é<br />

Des<strong>de</strong><br />

no passado havia certa escassez <strong>de</strong> leis escritas, realida<strong>de</strong> ainda hoje presente nos países<br />

notório,<br />

no sistema da Commom Law, caso da Inglaterra. Em alguns ramos jurídicos, o costume<br />

baseados<br />

papel vital, como ocorre no <strong>Direito</strong> Internacional Privado. Pela ausência <strong>de</strong> um conjunto<br />

assume<br />

normas específicas a tratar do assunto, principalmente dos contratos internacionais, é que os<br />

<strong>de</strong><br />

e as práticas dos comerciantes eram consi<strong>de</strong>rados fontes primordiais <strong>de</strong>sse ramo<br />

costumes<br />

pelo reconhecimento da Lex Mercatoria.<br />

jurídico,<br />

o passar dos tempos, o costume foi per<strong>de</strong>ndo a sua importância, pois foi substituído<br />

Com<br />

leis, mas ainda continua a brotar da consciência jurídica do povo, como inicial<br />

pelas<br />

do direito. Por isso, é in<strong>de</strong>clinável a sua caracterização como fonte jurídica, pois<br />

manifestação<br />

costumes é que surgem as leis. Os costumes po<strong>de</strong>m ser conceituados como sendo as práticas<br />

dos<br />

usos reiterados com conteúdo lícito e relevância jurídica.<br />

e<br />

visão clássica do <strong>Direito</strong> <strong>Civil</strong>, os costumes teriam requisitos para aplicação como fonte<br />

Na<br />

direito. Rubens Limongi França apresenta cinco, a saber: a) continuida<strong>de</strong>; b) uniformida<strong>de</strong>; c)<br />

do<br />

d) moralida<strong>de</strong>; e e) obrigatorieda<strong>de</strong>. Resumindo, afirma o jurista que “é necessário<br />

diuturnida<strong>de</strong>;<br />

o costume esteja arraigado na consciência popular após a sua prática durante um tempo<br />

que<br />

e, além disso, goze da reputação <strong>de</strong> imprescindível norma costumeira” (FRANÇA,<br />

consi<strong>de</strong>rável,<br />

Limongi. Instituições…, 1996. p. 14).<br />

Rubens<br />

costumes, assim, são formados, além da reiteração, por um conteúdo lícito, conceito<br />

Os<br />

ao que consta no Código <strong>Civil</strong> <strong>de</strong> 2002. Isso porque, em vários dos dispositivos da<br />

adaptado<br />

codificação, é encontrada referência aos bons costumes, constituindo seu <strong>de</strong>srespeito abuso<br />

novel<br />

direito, uma espécie <strong>de</strong> ilícito, pela previsão do seu art. 187. Do mesmo modo, há menção aos<br />

<strong>de</strong><br />

costumes no art. 13 do CC/2002, regra relacionada com os direitos da personalida<strong>de</strong>, pela<br />

bons<br />

“Salvo por exigência médica, é <strong>de</strong>feso ato <strong>de</strong> disposição do próprio corpo, quando importar<br />

qual<br />

permanente da integrida<strong>de</strong> física, ou contrariar os bons costumes”. Em momento<br />

diminuição<br />

será explicada a caracterização dos bons costumes como cláusula geral, e porque é<br />

oportuno,<br />

a sua referência no Código <strong>Civil</strong> <strong>de</strong> 2002.<br />

comum<br />

segundo a lei (secundum legem) – inci<strong>de</strong>m quando há referência expressa aos<br />

Costumes<br />

no texto legal, como ocorre nos artigos da codificação antes citados, sem prejuízo<br />

costumes<br />

outros, a saber, ilustrando: art. 569, II, do CC – “O locatário é obrigado: a pagar<br />

<strong>de</strong><br />

o aluguel nos prazos ajustados, e, em falta <strong>de</strong> ajuste, segundo o costume do<br />

pontualmente<br />

<strong>Direito</strong> <strong>Civil</strong> - <strong>Vol</strong>. I<br />

<strong>de</strong>vendo as situações concretas ser analisadas caso a caso.<br />

Em análise comparativa com a lei, os costumes po<strong>de</strong>m ser classificados da seguinte forma:<br />

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!