05.05.2017 Views

2 - TARTUCE, Flávio. Direito Civil - Vol. 01 - Lei de Introdução a Parte Geral (2017)

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

toda sorte, conforme outrora exposto, o presente autor enten<strong>de</strong> que é melhor enquadrar<br />

De<br />

propositura <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda como condição suspensiva e não como causa interruptiva. Isso<br />

a<br />

frise-se, a interrupção da prescrição, pela própria dicção do art. 202, caput, do Código<br />

porque,<br />

somente po<strong>de</strong> ocorrer uma vez, o que obstaria outra interrupção com o ingresso <strong>de</strong> nova<br />

<strong>Civil</strong>,<br />

caso <strong>de</strong> uma ação <strong>de</strong> cobrança posterior, por exemplo.<br />

<strong>de</strong>manda,<br />

a análise das hipóteses <strong>de</strong> interrupção da prescrição, pertinente comentar outras<br />

Superada<br />

que constam da novel codificação quanto à matéria.<br />

regras<br />

prevê o parágrafo único do art. 202 que a prescrição interrompida recomeça a<br />

Inicialmente,<br />

da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper. Não<br />

correr<br />

novida<strong>de</strong> nesse comando, que reconhece como o principal efeito da interrupção o reinício da<br />

há<br />

do prazo, cessada a sua causa, ao contrário do que ocorre com a suspensão, em que o<br />

contagem<br />

continua a contar <strong>de</strong> quando parou. Deve ficar claro que o efeito interruptivo cessa da<br />

prazo<br />

do ato que a interromper, seja no plano processual ou fora <strong>de</strong>le.<br />

ocorrência<br />

outra via, dispõe o art. 203 do CC/2002 em vigor que: “A prescrição po<strong>de</strong> ser<br />

Por<br />

por qualquer interessado”. O Código <strong>Civil</strong> atual apresenta agora um sentido<br />

interrompida<br />

quanto às pessoas que po<strong>de</strong>m, por ato próprio, interromper a prescrição. A expressão<br />

genérico<br />

“qualquer interessado” substitui o rol taxativo previsto anteriormente (CC/1916: “Art.<br />

genérica<br />

Em cada um dos casos do artigo 172, a interrupção po<strong>de</strong> ser promovida: I – Pelo próprio<br />

174.<br />

do direito em via <strong>de</strong> prescrição; II – Por quem legalmente o represente; III – Por terceiro<br />

titular<br />

tenha legítimo interesse”). A inovação é mais justa, estando sintonizada como princípio da<br />

que<br />

Adota-se um sentido aberto, o que está mais <strong>de</strong> acordo com a concepção realeana,<br />

operabilida<strong>de</strong>.<br />

inspira o nosso Código <strong>Civil</strong>.<br />

que<br />

<strong>de</strong>ssa i<strong>de</strong>ia, cabe interpretação pelo aplicador do direito, no que se refere à<br />

Dentro<br />

jurídica antes estudada. Incumbe ao juiz, <strong>de</strong>ntro das regras <strong>de</strong> equida<strong>de</strong> e<br />

ontognoseologia<br />

apontar quem seria o interessado referido no dispositivo. Obviamente, continuam<br />

razoabilida<strong>de</strong>,<br />

pelo texto genérico atual as situações antes previstas, envolvendo o titular da<br />

abarcadas<br />

o seu representante e aquele que tenha legítimo interesse, como no caso do cocredor,<br />

pretensão,<br />

co<strong>de</strong>vedor e dos sucessores das partes envolvidas com a pretensão. Todavia, o mo<strong>de</strong>lo atual é<br />

do<br />

(numerus apertus) e não mais fechado (numerus clausus).<br />

aberto<br />

o art. 204, caput, do CC/2002 que a interrupção da prescrição por um credor não<br />

Enuncia<br />

aos outros. Do mesmo modo, a interrupção operada contra o co<strong>de</strong>vedor, ou seu<br />

aproveita<br />

não prejudica aos <strong>de</strong>mais coobrigados. A codificação atual continua reconhecendo o<br />

her<strong>de</strong>iro,<br />

personalíssimo do ato interruptivo, sendo certo que este não aproveitará aos cocredores,<br />

caráter<br />

ou her<strong>de</strong>iros <strong>de</strong>stes, nos casos <strong>de</strong> ausência <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong>. Sem<br />

co<strong>de</strong>vedores<br />

<strong>de</strong>ssa previsão, constam regras específicas nos parágrafos do dispositivo.<br />

prejuízo<br />

acordo com o seu § 1.º, excepcionando a regra prevista no caput do artigo, a interrupção<br />

De<br />

prescrição atingirá os credores e <strong>de</strong>vedores solidários, bem como os her<strong>de</strong>iros <strong>de</strong>stes. Isso, se a<br />

da<br />

estiver prevista em lei ou no contrato celebrado pelas partes, seguindo a lógica do<br />

solidarieda<strong>de</strong><br />

consta do art. 265 do CC, pelo qual a solidarieda<strong>de</strong> contratual não se presume nas relações<br />

que<br />

civis.<br />

§ 2.º do dispositivo enuncia que no caso dos her<strong>de</strong>iros do <strong>de</strong>vedor, entretanto, <strong>de</strong>ve ser<br />

O<br />

norma específica. Havendo interrupção contra um dos her<strong>de</strong>iros do <strong>de</strong>vedor solidário,<br />

observada<br />

<strong>Direito</strong> <strong>Civil</strong> - <strong>Vol</strong>. I

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!