zen e a arte da manutenção de motocicletas

Recommendations

Info

ao justificar correções de fundo normativo, limitava-se a dizer que eram “exigências da faculdade”. Logo o fio do pensamento foi novamente interrompido. Qualidade? Havia naquela pergunta um quê de irritante, quase enraivecedor. Ele refletiu sobre o caso, tornou a refletir, depois olhou pela janela, depois pensou mais um pouquinho. Qualidade? Quatro horas mais tarde, ainda estava lá, os pés apoiados no parapeito da janela, contemplando o céu escuro da noite. Tocou o telefone; era a esposa, querendo saber o que tinha acontecido. Respondeu que já estava indo, mas logo esqueceu disso e de tudo o mais. Foi só às três da manhã que ele, exausto, reconheceu que não havia encontrado pista nenhuma para definir Qualidade. Então, pegou sua pasta e foi para casa. A maioria das pessoas teria esquecido o assunto naquele instante, ou o teria deixado em suspenso, porque não chegava a conclusão nenhuma, e tinha mais o que fazer. Mas ele estava tão desanimado com a sua incapacidade de ensinar aquilo em que acreditava, que nem se importou com o que quer que tivesse mais a fazer; e ao acordar, na manhã seguinte, deu de cara com a Qualidade outra vez. Dormira somente três horas, estava muito cansado e sabia que não seria capaz de dar aula expositiva naquele dia; além disso, nem tinha completado suas anotações. Pelo que escreveu no quadro: “Faça uma composição de 350 palavras respondendo à seguinte questão: O que significa qualidade no pensamento e na expressão?” Depois, sentou-se ao lado do aquecedor, enquanto os alunos trabalhavam, e ficou refletindo, ele também, sobre qualidade. Ao fim da aula ninguém tinha terminado, e ele permitiu que levassem o trabalho para casa. A próxima aula só teria lugar dali a dois dias, o que lhe daria uma folga para pensar um pouco mais no assunto. Nesse espaço de tempo viu alguns dos alunos andando de uma sala para outra, no intervalo das aulas, cumprimentou-os com a cabeça, e eles retribuíram com olhares de raiva e de medo. Deduziu que estavam encontrando tanta dificuldade quanto ele. Qualidade... a gente sabe o que é, e, ao mesmo tempo, não sabe. Isso é contraditório. Mas algumas coisas são melhores do que outras, ou seja, têm mais qualidade. Porém, se a gente tenta definir qualidade, isolando-a das coisas que a possuem, então puf! ─ já não há o que falar. Se, no entanto, não se pode definir Qualidade, como sabemos o que ela é, ou como sabemos que ela existe? Se ninguém sabe o que é, então, para todos os efeitos, não existe. 184
Mas acontece que, para todos os efeitos, ela existe. Senão, em que se baseariam as notas? Por que as pessoas pagariam fortunas por algumas coisas, jogando outras no lixo? Naturalmente, algumas coisas são melhores que outras... Mas o que é “ser melhor”? E aí a gente começa a dar voltas que não acabam mais, fazendo girar rodas mentais sem encontrar um ponto de apoio que nos possibilite a arrancada para a viagem. Que diabo é Qualidade? O que é? 185
Page 2 and 3:
osebodigital.blogspot.com 2
Page 4 and 5:
“O verdadeiro veículo que conduz
Page 7:
PRIMEIRA PARTE 7
Page 10 and 11:
─ Ah! ─ respondo eu. Depois aba
Page 12 and 13:
tes de uma via que corta caminho. S
Page 14 and 15:
modismos, o lodo do futuro. Eu pref
Page 16 and 17:
Creio que o desentendimento é comu
Page 18 and 19:
le trabalho?! ─ Mas que trabalho?
Page 20 and 21:
Não me lembro o que me fez mudar d
Page 22 and 23:
não há outra explicação. Qualqu
Page 24 and 25:
Robet Pirsig e Chris 24
Page 26 and 27:
será viajar durante quatro dias de
Page 28 and 29:
Naquela época eu, como o John, ain
Page 30 and 31:
dos cilindros os possam conter, emp
Page 32 and 33:
quer motivo pessoal. Não havia qua
Page 34 and 35:
Chris, Sylvia e John 34
Page 36 and 37:
lada e vazia, o motor emitindo um s
Page 38 and 39:
mas não consigo me lembrar de nenh
Page 40 and 41:
─ Então, qual a origem dessa lei
Page 42 and 43:
─ De onde foi que você tirou ess
Page 44 and 45:
Coitado do Chris. “Você conhece
Page 46 and 47:
usar quando não estivesse num post
Page 48 and 49:
tanto, assim que ele secar, deve-se
Page 50 and 51:
nhecidas e, dependendo do tratament
Page 52 and 53:
vai se dar bem. Ele sai em direçã
Page 54 and 55:
─ Depois a gente vê ─ respondo
Page 56 and 57:
tendo de frente, e umas carretas en
Page 58 and 59:
ta força. Avisei-o para não apert
Page 60 and 61:
aí. Ele reagiu ao calço de lata d
Page 62 and 63:
Ele gentilmente lhe diz que não, m
Page 64 and 65:
─ Tem mais? ─ pede ele. ─ Com
Page 66 and 67:
e eu o atiro fora. ─ Eu não sabi
Page 68 and 69:
─ É. Agora vá dormir. ─ Você
Page 70 and 71:
John e Sylvia 70
Page 72 and 73:
entender nada. Ele ainda não está
Page 74 and 75:
mente abstrata. Estas explicações
Page 76 and 77:
te parasitas, não podem consigo me
Page 78 and 79:
de lubrificação. A linha de propu
Page 80 and 81:
eixo de comando de válvulas e a co
Page 82 and 83:
mos embora. Ficamos ali, naquele so
Page 84 and 85:
as as maneiras de ver o mundo são
Page 86 and 87:
tempo. Só os loucos questionam iss
Page 88 and 89:
ser visto da Terra. Fedro não tent
Page 90 and 91:
casa, mas um comprido corredor. Enq
Page 92 and 93:
gem das coisas ao seu redor. Pelo c
Page 94 and 95:
John, Chris e Pirsig 94
Page 97 and 98:
Capítulo 8 São umas dez horas da
Page 99 and 100:
ponta de um graveto retirado da sar
Page 101 and 102:
Note-se que o número de subdivisõ
Page 103 and 104:
qualquer forma, se se tem alguma ha
Page 105 and 106:
aqui a vida inteira. Pedimos uma ro
Page 107 and 108:
Capítulo 9 Agora estamos atravessa
Page 109 and 110:
Não há diferença entre esta e a
Page 111 and 112:
uma vez consertado o sistema elétr
Page 113 and 114:
Capítulo 10 Lá fora, no vale, o c
Page 115 and 116:
da experiência, pode conduzir a el
Page 117 and 118:
fico, não se realiza qualquer prog
Page 119 and 120:
Em Laurel, finalmente as montanhas
Page 121 and 122:
Capítulo 11 Acordo pensando se eu
Page 123 and 124:
as provisões e subia novamente. Se
Page 125 and 126:
universo possa ser representado pel
Page 127 and 128:
fos crêem tanto nisso que entre el
Page 129 and 130:
agora. São os cumes do pensamento.
Page 131 and 132:
como ele na época não tinha a men
Page 133 and 134: nosso conhecimento é adquirido atr
Page 135 and 136: o tanque de gasolina, obterei uma d
Page 137 and 138: te. O efeito foi assombroso. Foi a
Page 139 and 140: Capítulo 12 Em Cooke City, John e
Page 141 and 142: a Guerra Mundial, que estudou o com
Page 143 and 144: va, e DeWeese perguntou a Fedro se
Page 145 and 146: samos perceber. Para se tornar um i
Page 147 and 148: Capítulo 13 John e Sylvia comem bo
Page 149 and 150: uma ordem para aprová-los todos. O
Page 151 and 152: corpo contínuo da razão em si. Al
Page 153 and 154: de como um mistério, não como um
Page 155 and 156: Capítulo 14 Saindo do desfiladeiro
Page 157 and 158: vas, e aí percebo que o terraço s
Page 159 and 160: DeWeese e Gennie tecem comentários
Page 161 and 162: Penso com os meus botões como foi
Page 163 and 164: xe. Não conversamos, apenas soltam
Page 165 and 166: a continuidade como pressuposto, e
Page 167 and 168: gravador na mão e o capataz manda
Page 169 and 170: ─ Bom, o problema não se limita
Page 171 and 172: para o seu século, teria que segui
Page 173 and 174: desenvolvendo sobre a “Qualidade
Page 175 and 176: Capítulo 15 John, Sylvia, Chris e
Page 177 and 178: pertencia à área mais indefinida,
Page 179 and 180: perdido em reflexões, nos dias de
Page 181 and 182: quico que ela deixou atrás de si,
Page 183: No primeiro ano, Fedro tivera de co
Page 187 and 188: TERCEIRA PARTE 187
Page 189 and 190: Capítulo 16 Depois de uma boa noit
Page 191 and 192: via sacrificado tudo. Depois que pa
Page 193 and 194: Ela assentiu, obedientemente, e sai
Page 195 and 196: tivera o mesmo prazo de duas semana
Page 197 and 198: alunos da turma, um estudante condi
Page 199 and 200: ia elétrica. E, no processo de ama
Page 201 and 202: provavelmente porque estavam mais i
Page 203 and 204: Ele ouvira falar que o Reed College
Page 205 and 206: Capítulo 17 As coisas estão piora
Page 207 and 208: perde o fôlego, fica tonto. E isso
Page 209 and 210: posteridade. Rezava assim: “Quali
Page 211 and 212: eles tinham um objetivo. Se um alun
Page 213 and 214: Olhando para o alto, vejo que todos
Page 215 and 216: Capítulo 18 Existe um ramo da filo
Page 217 and 218: o maior prazer. Fedro podia fazer o
Page 219 and 220: Fedro achou esta última idéia sob
Page 221 and 222: Ele ia ver. O segredo estava em nã
Page 223 and 224: ─ Que é?! ─ Eu só queria dize
Page 225 and 226: as lógicas. Estou fazendo uma prom
Page 227 and 228: como nós. Com relutância, coloco
Page 229 and 230: Capítulo 19 Um tapete de agulhas d
Page 231 and 232: que está tudo bem seco. Em meia ho
Page 233 and 234: iam: “Não, nós somos caretas de
Page 235 and 236:
assim: “Qualidade é o que a gent
Page 237 and 238:
Ele então prosseguiu, examinando o
Page 239 and 240:
dade clássica, nem a romântica. E
Page 241 and 242:
era Qualidade. A Qualidade faz dimi
Page 243 and 244:
Capítulo 20 Acabei dormindo, claro
Page 245 and 246:
─ Deve ter água um pouco mais ab
Page 247 and 248:
lugares antigos me fez mal, e isso
Page 249 and 250:
pre no passado, sendo, portanto, ir
Page 251 and 252:
E Fedro respondeu com a seguinte hi
Page 253 and 254:
tureza desagradável do seu novo am
Page 255 and 256:
dos, ela constitui o portal que lev
Page 257 and 258:
Capítulo 21 ─ Você não é muit
Page 259 and 260:
azão. Ele indicou um caminho pelo
Page 261 and 262:
Capítulo 22 Na manhã seguinte, sa
Page 263 and 264:
que os antecedentes da crise da ci
Page 265 and 266:
Para resolver o problema do que sej
Page 267 and 268:
de Poincaré, a molécula protéica
Page 269 and 270:
através do que ele denominou “co
Page 271 and 272:
des que sobem ali todo ano para pin
Page 273 and 274:
Ele, que estava embaraçado por cau
Page 275 and 276:
Capítulo 23 Lá está ela, no fund
Page 277 and 278:
Capítulo 24 O sol já se levantou.
Page 279 and 280:
nos, é o que me parece. Por isso,
Page 281 and 282:
─ Da montanha que a gente subiu.
Page 283 and 284:
tamente fora da alçada do método
Page 285 and 286:
mo sujeito-objeto desinteressado e
Page 287 and 288:
mas dinâmica. Se não gostamos des
Page 289 and 290:
natureza funcional. Junto com elas,
Page 291 and 292:
Capítulo 25 Hoje de manhã discuti
Page 293 and 294:
do pensamento dualista, que impedem
Page 295 and 296:
subjacente do universo, as leis da
Page 297 and 298:
Acredito que, quando esta idéia da
Page 299 and 300:
a estrada passa novamente das prada
Page 301 and 302:
Capítulo 26 Acordo sentindo frio,
Page 303 and 304:
dele, e cada vez mais parte da minh
Page 305 and 306:
plica, comuns a todas as máquinas,
Page 307 and 308:
De qualquer modo, a primeira técni
Page 309 and 310:
Depois dos enganos na remontagem e
Page 311 and 312:
merosas e perigosas. Das ciladas mo
Page 313 and 314:
um pouco de arroz, que pode ser alc
Page 315 and 316:
mas acontece que ela reage. Só que
Page 317 and 318:
as categorias não são permutávei
Page 319 and 320:
Aceitamos a sugestão, deitando-nos
Page 321 and 322:
apreciação destas respostas contr
Page 323 and 324:
cilmente avariadas pela falta de se
Page 325 and 326:
sul, e eu mando encher o tanque na
Page 327 and 328:
Capítulo 27 Por que você não sai
Page 329 and 330:
Ele está acordando. Uma mente divi
Page 331 and 332:
Capítulo 28 Agora o desespero est
Page 333 and 334:
Lembrando-me da poeira sob as agulh
Page 335 and 336:
e o significado da Qualidade, inici
Page 337 and 338:
─ Mas esse é um campo metodológ
Page 339 and 340:
da. A segunda hipótese foi que o p
Page 341 and 342:
fórnia, a última tentativa histó
Page 343 and 344:
extremamente desanimador. Fedro ent
Page 345 and 346:
última vez, chegou o carteiro com
Page 347 and 348:
significativo a dizer. Mas Fedro, q
Page 349 and 350:
Esses pedaços todos, peças do que
Page 351 and 352:
Encontramos um motel com televisão
Page 353 and 354:
Capítulo 29 Por causa dessa histó
Page 355 and 356:
─ Está todo sujo de graxa ─ re
Page 357 and 358:
da tecnologia, mas na tendência qu
Page 359 and 360:
pode ser reduzida a um sistema raci
Page 361 and 362:
fessor, mas aí outro aluno disse,
Page 363 and 364:
cessores: eles atrapalhavam o que e
Page 365 and 366:
mente, ele foi o próximo a aparece
Page 367 and 368:
astante frustrado porque não havia
Page 369 and 370:
lavras em outras bocas. Ao que pare
Page 371 and 372:
parecem reais porque estamos inseri
Page 373 and 374:
da a pó, e dos seus defensores, qu
Page 375 and 376:
ouvir uma canção. Ele é, de fato
Page 377 and 378:
funcionamento íntimo da dialética
Page 379 and 380:
Capítulo 30 Em Arcata, entramos nu
Page 381 and 382:
tachadas de destruidoras do entendi
Page 383 and 384:
diz que vai dirigir à classe pergu
Page 385 and 386:
mas sabe que se não se manifestar
Page 387 and 388:
das... ─ Mas o presidente o inter
Page 389 and 390:
de pastor estão contados. Cada vez
Page 391 and 392:
indefinida está fadada ao fracasso
Page 393 and 394:
seleciono alguns nomes, digo a ele
Page 395 and 396:
Capítulo 31 De manhã, paro para o
Page 397 and 398:
Amargurado, com o olhar baixo, Chri
Page 399 and 400:
pratos e colheres, vindo das outras
Page 401 and 402:
Ele começa a prestar atenção. Se
Page 403 and 404:
─ Por que você foi embora? Quand
Page 405 and 406:
Capítulo 32 Enquanto viajamos entr
Page 407 and 408:
tão baixos que ele vai acabar leva
Page 409 and 410:
409
show all

zen e a arte da manutenção de motocicletas

Create successful ePaper yourself

Delete template?

Save as template?