19.04.2013 Views

zen e a arte da manutenção de motocicletas

zen e a arte da manutenção de motocicletas

zen e a arte da manutenção de motocicletas

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

dos, ela constitui o portal que leva ao segredo <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong>.<br />

A Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> tudo penetra.<br />

E não cessa <strong>de</strong> manifestar-se!<br />

De modo insondável e inexaurível.<br />

Como a nascente <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as coisas.<br />

E, no entanto, permanece clara e cristalina como a água.<br />

Não se sabe <strong>de</strong> quem ela <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>.<br />

E uma imagem <strong>da</strong>quilo que existia antes <strong>de</strong> Deus...<br />

Aproxima-te e ela no mesmo instante te servirá...<br />

Quando olha<strong>da</strong>, não po<strong>de</strong> ser vista... Quando escuta<strong>da</strong>, não<br />

po<strong>de</strong> ser ouvi<strong>da</strong>... Quando agarra<strong>da</strong>, não po<strong>de</strong> ser toca<strong>da</strong>... Estas<br />

três virtu<strong>de</strong>s escapam às nossas buscas, fundindo-se numa uni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

A luz não surge quando ela se eleva.<br />

Nem provém a escuridão do seu ocaso.<br />

Perene e eterna,<br />

Ela não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>,<br />

Retornando ao mundo do na<strong>da</strong>.<br />

Por isso é chama<strong>da</strong> a forma do amorfo,<br />

A imagem do nulo.<br />

Por isso é chama<strong>da</strong> esquiva.<br />

Ao encontrá-la, não lhe verás a face.<br />

Ao segui-la, não lhe verás as costas.<br />

Aquele que se apega à Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ancestral<br />

É capaz <strong>de</strong> conhecer os inícios primevos<br />

Que são a continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Ao ler aquilo, Fedro viu que as linhas e os versos se encaixavam,<br />

todos no lugar certo. Era exatamente aquilo. Era aquilo que<br />

ele vinha di<strong>zen</strong>do embora <strong>de</strong> modo menos rico, mais mecânico.<br />

Naquele livro não havia coisas vagas nem imprecisas. Mais preciso<br />

e <strong>de</strong>finido, impossível. Era bem o que ele tinha dito, só que numa<br />

língua diferente, com outras raízes e origens. Vinha <strong>de</strong> outro vale,<br />

ver o que havia naquele vale, sem encará-lo como uma história<br />

conta<strong>da</strong> por estranhos, mas sim como p<strong>arte</strong> do vale natal. Agora,<br />

ele compreendia tudo.<br />

Conseguira <strong>de</strong>cifrar o enigma.<br />

Continuou a ler. Verso por verso, página por página. Não havia<br />

sequer uma discrepância. Aquilo a que ele se referira o tempo<br />

todo como Quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, era aqui o Tao, a gran<strong>de</strong> força central, geradora<br />

<strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as religiões, tanto orientais como oci<strong>de</strong>ntais, passa<strong>da</strong>s<br />

e presentes, <strong>de</strong> todo o conhecimento, <strong>de</strong> tudo.<br />

255

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!