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zen e a arte da manutenção de motocicletas

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<strong>da</strong>.<br />

A segun<strong>da</strong> hipótese foi que o presi<strong>de</strong>nte era um “técnico”,<br />

expressão pela qual ele chamava os escritores tão absorvidos pelo<br />

assunto que perdiam a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se comunicarem com as pessoas<br />

leigas. Mas, nesse caso, por que a banca recebera um título<br />

tão geral e antitécnico como Análise <strong>de</strong> Idéias e Estudo <strong>de</strong> Métodos?<br />

Além disso, o presi<strong>de</strong>nte não tinha temperamento para técnico.<br />

Esta hipótese também não servia.<br />

Fedro acabou suspen<strong>de</strong>ndo aquele trabalho <strong>de</strong> quebrar a cabeça<br />

com a retórica do presi<strong>de</strong>nte, e tentando <strong>de</strong>scobrir mais acerca<br />

<strong>da</strong>s bases <strong>da</strong> banca, na esperança <strong>de</strong> que isso explicasse o que<br />

significavam aquelas coisas to<strong>da</strong>s. Foi uma <strong>de</strong>cisão acerta<strong>da</strong>. Ele<br />

começou a perceber qual era o problema.<br />

Os enunciados do presi<strong>de</strong>nte eram protegidos ─ protegidos<br />

por imensas fortificações labirínticas, amontoa<strong>da</strong>s numa complexi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e volume tais que era quase impossível <strong>de</strong>scobrir que diabo ele<br />

estava guar<strong>da</strong>ndo ali <strong>de</strong>ntro. A impenetrabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa estrutura<br />

era o tipo <strong>da</strong> impenetrabili<strong>da</strong><strong>de</strong> que se encontra ao entrar numa<br />

sala on<strong>de</strong> acabou <strong>de</strong> ter lugar uma violenta discussão. Ninguém<br />

fala na<strong>da</strong>.<br />

Numa <strong>de</strong> minhas curtas lembranças, Fedro está no corredor<br />

<strong>de</strong> pedra <strong>de</strong> um edifício, creio que na universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Chicago, falando<br />

com o vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> banca. Ele diz, como um <strong>de</strong>tetive<br />

no fim <strong>de</strong> um filme:<br />

─ Na sua <strong>de</strong>scrição <strong>da</strong> banca, vocês omitiram um nome importante.<br />

─ É mesmo? ─ pergunta o vice-presi<strong>de</strong>nte.<br />

─ É ─ respon<strong>de</strong> Fedro, com um ar <strong>de</strong> onisciência. ─ Aristóteles.<br />

O vice-presi<strong>de</strong>nte fica surpreso por uns instantes; <strong>de</strong>pois,<br />

como o assassino que foi <strong>de</strong>scoberto, mas não se arrepen<strong>de</strong> do crime,<br />

solta uma risa<strong>da</strong> forte e prolonga<strong>da</strong>.<br />

─ Ah, já entendi ─ fala. —Você não sabia... <strong>de</strong> na<strong>da</strong> sobre...<br />

─ Depois, pensando melhor no que ia dizer, resolve parar por ali<br />

mesmo.<br />

Chegamos à entra<strong>da</strong> do lago Crater, e subimos uma lin<strong>da</strong><br />

estra<strong>da</strong>, que leva ao Parque Nacional ─ uma estra<strong>da</strong> limpa, bem<br />

cui<strong>da</strong><strong>da</strong> e preserva<strong>da</strong>. Não havia como ser mais diferente, mas<br />

também não <strong>de</strong>via ganhar nenhum prêmio <strong>de</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> por isso.<br />

Ela parece um museu. Era assim que este lugar estava antes que<br />

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