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zen e a arte da manutenção de motocicletas

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provavelmente porque estavam mais interessados no assunto do<br />

curso, enquanto os estu<strong>da</strong>ntes preguiçosos e apáticos eram os que<br />

mais se interessavam pelas notas, provavelmente porque por elas<br />

inteiravam-se sobre se <strong>da</strong>va para passar.<br />

Segundo DeWeese, seguindo diretamente para o sul, só encontraremos<br />

florestas e neve por cento e vinte quilômetros, sem ver<br />

estra<strong>da</strong> nenhuma, embora haja estra<strong>da</strong>s a leste e a oeste. Organizei<br />

as coisas <strong>de</strong> modo a ficarmos por perto <strong>de</strong> uma estra<strong>da</strong> ─ para<br />

o caso <strong>de</strong> a situação ficar preta no segundo dia e termos que voltar<br />

correndo para casa. Chris não sabe disso; seu senso <strong>de</strong> aventura,<br />

adquirido nos acampamentos <strong>da</strong> A.C.M., sofreria um duro golpe se<br />

eu lhe contasse. Mas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> várias viagens às montanhas, esse<br />

espírito <strong>de</strong> aventura diminui, e é melhor tomar certas precauções<br />

para não correr risco. Esta área tem muitos perigos em potencial.<br />

E só falsear o pé uma vez, torcer o tornozelo, e a gente logo percebe<br />

como está longe <strong>da</strong> civilização.<br />

Este <strong>de</strong>sfila<strong>de</strong>iro tão alto em que estamos não parece ser<br />

muito freqüentado. Depois <strong>de</strong> mais uma hora <strong>de</strong> caminha<strong>da</strong>, <strong>de</strong>scobrimos<br />

que a trilha praticamente <strong>de</strong>saparecera.<br />

De acordo com as anotações, Fedro achou boa a experiência<br />

<strong>de</strong> reter as notas, mas não a consi<strong>de</strong>rou cientificamente váli<strong>da</strong>.<br />

Numa experiência real, eliminam-se to<strong>da</strong>s as causas possíveis e<br />

imagináveis, menos uma, e <strong>de</strong>pois verificam-se as conseqüências<br />

<strong>da</strong> variação <strong>da</strong>quela causa. Numa sala <strong>de</strong> aula não se po<strong>de</strong> fazer<br />

isso. O conhecimento dos alunos, suas opiniões, as opiniões do<br />

professor, tudo isso sofre transformações <strong>de</strong> todos os tipos, incontroláveis<br />

e, na maior p<strong>arte</strong> <strong>da</strong>s vezes, imperceptíveis. A<strong>de</strong>mais, no<br />

caso em questão, o observador também é uma <strong>da</strong>s causas, e não<br />

po<strong>de</strong> avaliar suas conseqüências sem alterá-las. Fedro, portanto,<br />

não tentou tirar nenhuma conclusão <strong>de</strong>finitiva sobre aquilo tudo.<br />

Simplesmente continuou a fazer o que queria.<br />

Passou <strong>de</strong>sta experiência para a investigação sobre a Quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>vido a um aspecto bastante assustador <strong>da</strong> avaliação, revelado<br />

pela retenção <strong>da</strong>s notas. As notas, no fundo, encobrem o mau<br />

professor. Ele po<strong>de</strong> enrolar os alunos durante o semestre inteiro,<br />

<strong>da</strong>r as notas com base num teste sem qualquer sentido, e <strong>de</strong>ixar<br />

a impressão <strong>de</strong> que alguns alunos apren<strong>de</strong>ram e outros, não. Mas<br />

se as notas forem elimina<strong>da</strong>s, a turma será obriga<strong>da</strong> a questionar<br />

diariamente a natureza <strong>da</strong> aprendizagem. As perguntas “O que<br />

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