19.04.2013 Views

zen e a arte da manutenção de motocicletas

zen e a arte da manutenção de motocicletas

zen e a arte da manutenção de motocicletas

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Capítulo 3<br />

Ao sairmos do Red River Valley, as nuvens <strong>de</strong> tempesta<strong>de</strong>,<br />

que já tol<strong>da</strong>vam o céu, estão quase nos alcançando.<br />

John e eu analisamos a situação em Breckenridge e resolvemos<br />

continuar até não po<strong>de</strong>rmos mais.<br />

Ela está bem próxima, agora. O sol <strong>de</strong>sapareceu, sopra um<br />

vento frio, e uma muralha composta <strong>de</strong> várias nuanças cin<strong>zen</strong>tas<br />

assoma à nossa volta.<br />

Parece enorme, dominadora. A pra<strong>da</strong>ria aqui é ampla, mas<br />

sobre ela a gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong>ssa sinistra massa cin<strong>zen</strong>ta pronta para<br />

<strong>de</strong>spencar é assustadora. Viajamos agora à sua mercê. Não sabemos<br />

quando e on<strong>de</strong> ela nos alcançará. Tudo que po<strong>de</strong>mos fazer é<br />

vê-la aproximar-se ca<strong>da</strong> vez mais.<br />

A ci<strong>da</strong><strong>de</strong> que víamos antes, alguns pequenos edifícios e uma<br />

caixa d’água, <strong>de</strong>sapareceu por trás <strong>de</strong> uma muralha cinza-chumbo.<br />

Ela logo nos alcançará. Não vejo ci<strong>da</strong><strong>de</strong> nenhuma à nossa frente;<br />

vamos ter simplesmente que enfrentá-la.<br />

Alcançando a moto <strong>de</strong> John, gesticulo, man<strong>da</strong>ndo-o correr<br />

mais. Ele assente e acelera. Deixo-o passar um pouco à frente, <strong>de</strong>pois<br />

atinjo a mesma veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>. O motor reage às mil maravilhas ─<br />

cem, cento e vinte, cento e trinta... Agora estamos mesmo sentindo<br />

o vento, e eu abaixo a cabeça para diminuir a resistência... Cento<br />

e quarenta. A agulha do velocímetro oscila para diante e para trás,<br />

mas o tacômetro registra exatamente 9.000 rpm. Chegamos perto<br />

dos cento e cinqüenta... Mantemos essa veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>... E vamos em<br />

frente. Estamos indo <strong>de</strong>pressa <strong>de</strong>mais para que eu possa fixar a<br />

vista no acostamento. Acendo o farol, como medi<strong>da</strong> <strong>de</strong> segurança.<br />

De qualquer maneira, vou precisar <strong>de</strong>le. Está ficando muito escuro.<br />

Zunindo através <strong>da</strong> planície imensa, sem ver carro nenhum,<br />

quase nenhuma árvore, ro<strong>da</strong>mos, no entanto, numa estra<strong>da</strong> nive-<br />

35

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!